Parelheiros e Marsilac, na zona sul de SP, entram em epidemia de dengue pela 1ª vez desde 2015

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Divulgação Foto Eduardo Knapp

A presença dos 4 sorotipos da dengue, transmissão elevada e intensa, e mudanças climáticas estão entre os motivos apontados

De 2015 a 2023, os distritos de Marsilac e Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, não apontaram alta incidência de dengue e nem chegaram a um nível epidêmico —acima de 300 casos por 100 mil habitantes. É o que mostra uma série histórica de casos e incidência da doença presente nos boletins epidemiológicos de arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos) da Secretaria Municipal de Saúde.
Em 2024, a intensidade da doença mudou a história epidemiológica destes distritos. O último boletim da Secretaria Municipal de Saúde —com dados contabilizados até 3 de abril— aponta para epidemia de dengue em Marsilac (316,3) e Parelheiros (544,4).
Na semana de 20 a 27 de março, Parelheiros já havia alcançado esta condição, quando chegou a uma incidência de 405.
Em 2015, ano em que a capital paulista confirmou 103.186 casos de dengue, a transmissão da doença se manteve baixa em Marsilac, com coeficiente de incidência de 12,1, e média em Parelheiros, cuja taxa foi de 152,2.
Em 2024, até 3 de abril, o município contabilizou 114.314 casos e 39 mortes por dengue.
Marsilac e Parelheiros abrangem a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos. Os distritos possuem as menores temperaturas mínimas e máximas da capital. O clima é mais ameno no verão. Os locais são cercados por trilhas e cachoeiras.

Além disso, Marsilac e Parelheiros são áreas pobres e com infraestrutura urbana mais caótica, o que favorece a proliferação do mosquito., de acordo com Maria Anice Mureb Sallum, professora do departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora do mestrado profissional em entomologia.

“Há casas com caixa d’água em cima da laje, casas com laje sem telhado, não há coleta regular de lixo. Nas lajes você pode ter acúmulo de água e também tem pessoas que guardam água em casa. Mesmo que tenha menos pessoas e menos mosquitos, há o suficiente para manter a transmissão do vírus da dengue”, explica. Fonte Folhapress


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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