É a pior estreia no Paulistão desde 1960, mas Rogério Ceni não pode ser crucificado pela torcida só por ter aceitado treinar o Flamengo, será que a torcida não está exagerando?
Rogério Ceni parece estar com a batata assando depois da derrota para o RB Bragantino por 4×3, pela 3ª rodada do Campeonato Paulista. Com duas derrotas e um empate, o ano de 2022 é considerado o pior início na história do Paulistão do São Paulo, desde 1960.
Rogério Ceni é o maior ídolo tricolor como jogador no Século XXI, mas o torcedor são paulino parece ter memória curta e, só quer enxergar a “traição” o técnico Rogério Ceni, ao sair do Fortaleza e aceitar comandar a poderosa equipe Rubro-Negra, o Flamengo.
É preciso ter cautela e saber separar carreira de técnico e carreira de treinador. Como jogador, Rogério Ceni é o maior goleiro-artilheiro do mundo, com 131 gols marcados. Vamos refrescar a memória? Em 15 de fevereiro de 1997, primeiro gol de Rógerio, contra o União Barbarense, ali foi o início de uma idolatria jamais vista no Morumbi.
Quem é que não ia no estádio torcer para ver um gol de falta ao vivo? (Infelizmente o estagiário são paulino assistiu o Rogério perder pênalti e uma falta contra o Criciúma, em 2014, não tive esse gostinho de gritar gol do M1to no Morumbi)… Vai me dizer que o torcedor esqueceu que Rogério Ceni marcou impressionantes 21 gols somente na temporada 2005, onde foi campeão paulista, da Libertadores e do Mundial? E a defesa contra a falta (quase) perfeita de Steve Gerrard? E os palmeirense e cruzeirenses, que são as maiores vítimas do goleiro-artilheiro? Alguns torcedores o xingam até hoje. Sem contar que o centésimo gol só poderia ter sido em cima do principal algoz de Rogério Ceni, o ‘todo poderoso’ Timão.
Isso sem contar as atuações magistrais como goleiro e capitão da equipe… Pois é, a batata de Rogério Ceni está assando, a carreira como treinador deu a Rogério um sucesso inquestionável dirigindo a bela equipe do Fortaleza, que seguiu seu caminho e se classificou para a Libertadores, enquanto Rogério optou por ir ao Flamengo.
Você sabia que os japoneses, por conta do mangá Captain Tsubasa, traduzido no brasil como “Super Campeões”, consideram São Paulo x Flamengo o maior clássico brasileiro? Pois é, aos olhos estrangeiros, Rogério foi para um grande rival. Mas isso é motivo para crucifica-lo ou fazer a própria torcida são paulina, que gritou ‘É Campeão” diversas vezes por conta de atuações impecáveis, preferir torcer para ele sair do que torcer a favor?
Carreira de treinador é a mais ingrata de todos e hoje não se pode apegar a um clube sendo treinador, é muita pressão e, especialmente no Brasil, é um cargo que não tem histórico de ser duradouro, nem mesmo com técnicos campeões. Então porque tanto ódio pelo Rogério Ceni?
Ele mesmo disse que só voltaria ao São Paulo quando a antiga gestão, do ex-presidente Leco, saísse da presidência. Agora, sob gestão de Julio Casares, Rogério cumpriu a palavra e retornou ao clube.
Rogério vem questionando a organização do Paulistão alegando que gostaria de aproveitar melhor a garotada da Copinha, e dar um tempo de pré-temporada maior aos principais profissionais do elenco. Os maus resultados começaram cedo e, a torcida vem pegando no pé, mas não se pode opinar apenas usando a memória curta. É preciso paciência com o ídolo, que pode muito bem usar sua imagem de ídolo a favor do vestiário e fazer o elenco se entrosar melhor.
As contratações foram boas, Nikão, Patrick, Rafinha, Alisson e Jandrei mostraram em treinos e em campo que estão aptos para a grandeza tricolor, agora o que a torcida precisa, mais do que tudo, é APOIAR… INCENTIVAR… Dar aos atletas e profissionais do clube a segurança e tranquilidade de se sentirem estar no clube certo e na hora certa. Talvez, se a torcida abraçar, gritar o nome do rogério nas arquibancadas, o carinho pode ser retribuído com bons resultados.
SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br