Se as eleições de 2018 foram pautadas (e decididas) pelas redes sociais, podemos esperar que 2022 não será diferente. Redes sociais cada vez mais relevantes na vida dos brasileiros, novos canais e plataformas ganham força e a população – depois de 2 anos de crise pandêmica – estarão muito mais à flor da pele e, claro, atentos aos movimentos dos candidatos no ambiente digital.
Com tanto canal e tanta informação, podemos esperar (e dobrar a atenção) às fake news, que serão um dos principais problemas dessas eleições. De um lado, vemos um movimento forte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) junto às plataformas digitais Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, Youtube e Kwai firmando um compromisso no combate à disseminação de desinformação no processo eleitoral. O TSE também tem conversado e criado parcerias com agências de notícias e instituições como Sleeping Giants Brasil, por exemplo.
Do outro lado, porém, alguns desafios permanecem com a falta de transparência dos aplicativos de mensagem, principalmente o Telegram, que não entrou no acordo e cuja circulação de conteúdo é mais difícil de acompanhar. Este fator seguirá dificultando a identificação ágil de mensagens enganosas e a punição de seus responsáveis, assim como a viralização de fake news em diferentes canais.
De acordo com a pesquisa nacional Redes Sociais, Notícias Falsas e Privacidade na Internet, realizada pelo Data Senado, os brasileiros acreditam que os conteúdos nas redes sociais têm grande influência sobre a opinião das pessoas. As principais fontes de informação são Facebook e WhatsApp.
De acordo com a pesquisa, as redes sociais que tiveram maior impacto nas eleições foram: Facebook (31%), WhatsApp (29%), Youtube (26%), Instagram (19%) e Twitter (10%). A pesquisa também mostra que o público jovem é o que dá mais valor a informações de redes sociais para sua decisão de voto. 51% dos entrevistados desse grupo alegam ter decidido voto com base em informações vistas no digital.
Para o jornalista e CEO da Micheletto Comunicação, Eduardo Micheletto, “A cada nova eleição, vemos as redes sociais ganhando mais força e influência no debate político. É um caminho sem volta. O digital já é uma das principais fontes de informação para o eleitor e também o principal meio de comunicação de líderes políticos e candidatos. Para falarmos sobre esse fenômeno, precisamos voltar em 2008 ano em que Barack Obama revolucionou a campanha política com a internet.
No Brasil, vimos a expansão da influência das redes sociais na política em 2014. A partir daí a internet não só ganhou mais força, como virou um dos principais canais para falar sobre política e para fazer campanha política, como vimos nas eleições de 2018, com a vitória do Bolsonaro. De acordo com uma pesquisa do Instituto Data Senado, 45% dos entrevistados afirmaram ter decidido seu voto com base em informações vistas em redes sociais, e esse número é muito relevante”, finaliza.
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