O papel da mulher na sociedade, segundo o sucesso da advogada Dra. Jhesica Baccari

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Dra. Jhesica na Empresa BDO apresentado o Protocolo LGPD-BR com orientador de Doutorado, Dr. Márcio Pugliesi | Foto: Gustavo Flausino

Referência nacional em Direito focado em Leis Gerais de Proteção de Dados e em Inteligência Artificial, Dra. Jhesica Baccari incentiva mulheres a tomarem gosto pela independência emocional, financeira e profissional, criando os seus próprios gostos, sem interferência de homens ou familiares


O empoderamento feminino se tornou um assunto protagonista no Século XXI. Conquistar seu espaço no mercado de trabalho, criar uma independência financeira e emocional, tem sim um papel fundamental no bem-estar emocional das mulheres.

Atualmente a advogada Dra. Jhesica Baccari se tornou uma referência como influencer no Instagram ajudando mulheres na luta contra qualquer tipo de repressão moral, física ou emocional. “No escritório de advocacia, por incrível que pareça, eu atendia muitos clientes homens se divorciando. Ouvindo todo o tipo de versão masculina, passei a receber mensagens de mulheres perguntando sobre diversas situações que homens possam fazer as mulheres se submeterem”, explicou a Dra. Jhesica.

Mas, porque contar suas causas de hoje em dia, sem contar como ela chegou no status atual? O Grupo Sul News teve a honra de ouvir uma história que mulheres de todas as áreas e advogados, seja o sexo que for, de qualquer área, possam se inspirar, pois se trata de uma das personalidades do mundo jurídico do Brasil de maior referência sobre Proteção de Dados Pessoais e Inteligência Artificial, e que Jhesica já conhece há alguns anos, antes de se tornar parte essencial do cotidiano em nossas vidas.

De família tradicional italiana, embora alguns parentes com bom poder aquisitivo, seu pai trabalhou por 35 anos em uma garagem de ônibus, tendo uma vida mais limitada financeiramente. Houve um período que tive que sair da escola particular para ir a uma escola pública na região do Socorro. Por vezes, os meus pais me davam dinheiro para comprar lanche na cantina, mas diversos dias eu comia a merenda que serviam. Não me enturmei muito por ter sido taxada de ‘patricinha’, o que tornou a interação social escolar mais difícil”, explica.

Jhesica foi aluna na Escola Pública Dom Duarte

No último ano escolar, Jhesica voltou para sua escola particular, o que ocasionou em um bizarro efeito, onde deixou de ser questionada socialmente por ser ‘patricinha’ demais ao ambiente, para ser a ‘patinha feia’ entre alunos de  famílias com poder aquisitivo mais elevado.

“Sempre tive um lema desde a escola: ‘Estuda! Um dia o estudo vai me levar a algum lugar’. Coloquei em mente que queria chegar ao nível de Doutorado. Na época gostaria de cursar medicina, mas era muito caro. Minha mãe só tinha recursos para pagar o curso de Direito. Mas pasmem! Eu não me identificava! Passei a trabalhar como vendedora em loja de tênis e o único curso que eu conseguia bancar era de ‘Auxiliar de Enfermagem’, que é um curso abaixo do técnico”, enfatizou Jhesica.

A pequena Doutora no colégio Particular Elias Zarzur, nem sonhava em ser advogada, mas que deve ser orgulhar muito da mulher que se tornou futuramente!

Mas Deus escreve certo por linhas tortas. “Era o único curso que ela poderia pagar, me incentivou até que acabei entrando em Direito na Estácio no Brooklin. Veja bem, eu só tinha roupas brancas por causa da área da saúde, não tinha dinheiro para comprar roupas. Até que numa aula apareceu um professor de terno azul, com gel no cabelo. Lembro o quanto ele esbanjava ‘riqueza e status’, me fazendo criar uma persona de advogada que tenho hoje”, indagou.

E não é que seu primeiro emprego na área casou exatamente saúde com Direito? Fui a primeira a estagiar com Direito em Saúde na Secretaria Municipal de Saúde, o que minha bagagem anterior contribuiu muito”.

Por ter especialização em Direito Tributário e Previdenciário, a mãe de Jhesica sempre incentivou a mesma área, mostrando todo o retorno financeiro possível. “Essa é uma parte da minha vida que merece um destaque para as mulheres que possam se inspirar com a minha história. Minha mãe e meu marido me incentivavam muito, mas eu não ouvia eu mesma, desde o início dos estudos em Direito eu tinha desejo de estudar a área da Filosofia, mas me questionavam: ‘Quem ganha dinheiro com filosofia?‘. Isso ocasionou em me fazer cumprir aquilo que outros achavam que era o melhor para mim”, questionou.

Muitas mulheres têm isso, criando, não uma dependência financeira, mas uma dependência emocional”, completou explicando que muitas mulheres com maiores dificuldades de independência financeira se submetem ao que ordenam, o que acontece também mesmo com dinheiro próprio, mas numa dependência de aceitação emocional.

Já com o próprio escritório aberto em 2015, a Advocacia Baccari, a Doutora construiu uma reputação rapidamente, conseguindo bancar por conta própria um Mestrado em Direito na PUC! “Existem especificações dentro de Direito que possuem matérias obrigatórias diferentes entre uma área e outra, concluí parte na área Previdenciária, meu orientador gostava muito em como eu atuava na área. Seria hipocrisia dizer que dinheiro não traz felicidade, mas não pode ser o elemento principal de procurar viver. Em dado momento, eu tomei a coragem de mudar para ‘Filosofia do Direito’, que eu queria desde o início. Familiares e meu marido questionaram a mudança dando todos os argumentos, mas apenas segui meu instinto, eu me ouvi pela primeira vez, e posso te dizer? Eu me apaixonei ali no que estava escolhendo eu mesma estudar“.

Dia do casamento no civil | “Hoje consigo ser de família tradicional, casada e com dois filhos, misturando com uma nova Jhesica independente e feliz. E essa minha nova personalidade independente melhorou, e muito, a relação com meu marido!”

Jhesica ainda contou com a fé para que a mudança de vida rendesse os frutos necessários. Já tinha um filho, as vezes ele ia para universidade comigo e ficava no pátio ou no estacionamento agurdando eu sair para dar de mamar. Era frustrante ouvir alguns comentários. Para piorar, em dado momento do mestrado, fui obrigada a mudar de orientador e tive uma semana para fazer esse trâmite, caso contrário, perderia os anos já cursado”, recorda que depois de conversar com um bispo, o mesmo a incentivou de uma maneira que acabou marcando sua vida.

Hoje a Doutora pode se orgulhar com a nota dez em seu Mestrado em Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para Empresas, agora está cursando seu Doutorado em Direito em Blockchain para o Protocolo LGPD-BR. Além disso, após se tornar a Presidente da Comissão de Direito e Processo Civil, entre 2017 e 2021 pela OAB/SP Subseção de Santo Amaro, Jhesica foi pioneira na criação da Comissão de Inteligência Artificial em sua subseção.

Lembra que eu pensava: ‘Estuda! Um dia o estudo vai te levar a algum lugar’? Pois bem”, comemorou. Hoje Jhesica, além de toda a brilhante carreira, é um exemplo para todas as mulheres sempre buscarem aquilo que elas mesmas sentem desejos.

Não perca tempo! Muito prazer, Jhesica Baccari

Eu pinto as minhas unhas somente de vermelho, pois é uma forma de protesto contra homens violentos. O vermelho não remete a vulgaridade, é a potência latente dentro de você, é a representação do seu poder. Essa é a minha causa e a mensagem que quero passar para ajudar a criar uma sociedade feminina mais amável consigo mesma. Hoje consigo ser de família tradicional, casada e com dois filhos, misturando com uma nova Jhesica independente e feliz. E essa minha nova personalidade independente melhorou, e muito, a relação com meu marido! Tenho 37 anos e só passei a buscar o que realmente desejava há 6 anos, já pensou em como eu poderia ter sucesso com 20 e poucos anos, se desde o início seguisse o meu próprio conselho? Não perca tempo! Muito prazer, Jhesica Baccari.”


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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