Mulheres que derem a luz em hospitais municipais de SP podem voltar pra casa em carro de app

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O desconto de R$ 30 no app 99, pago pela Prefeitura, é para que as mulheres evitem o transporte público após dar à luz a seus bebês, protegendo a criança durante a pandemia do coronavírus. A iniciativa vale para hospitais municipais e casas de parto, como a do Jardim Ângela


Todas as mulheres que derem luz a seus bebês em hospitais públicos da Prefeitura de SP podem voltar para casa em algum carro da empresa de mobilidade 99. A Prefeitura firmou uma parceria com o aplicativo para que as mães não precisem voltar para casa no transporte coletivo, pondo em risco a vida do bebê em tempos de pandemia por causa do coronavírus.

Um voucher, no valor de R$ 30, será disponibilizado a todas as mães do programa Mãe Paulistana que deram a luz em hospitais públicos ou nas casas de parto do Jardim Ângela ou de Sapopemba.

“Quando receberem alta da maternidade, as mães receberão dos auxiliares de enfermagem um comprovante de agendamento de consulta para elas e os bebês na Unidade Básica de Saúde (UBS) onde fizeram o pré-natal. Além disso, serão questionadas se têm interesse em receber o voucher para retornar para casa de carro, por aplicativo. É uma medida muito interessante, pois reduz as chances de contágio pelo novo coronavírus da mãe, do recém-nascido e de quem estiver acompanhando ambos”, afirma Sônia Raquel Wippich Coelho, ginecologista e obstetra responsável pela Área Técnica de Saúde da Mulher da Prefeitura.

A mãe que aceitar o voucher vai receber um folheto com um código que deve ser inserido no aplicativo, para dar direito ao desconto. Segundo a Prefeitura, “a iniciativa, que integra o programa da 99 para o combate à covid-19, valerá para cinco mil corridas até o fim do mês de maio”.

TRANSMISSÃO VERTICAL DO CORONAVÍRUS

Especialistas ainda não confirmaram se é possível que bebês contraiam o novo coronavírus das mães, ainda no período da gestação, o que é conhecido como transmissão vertical. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, “em casos documentados de recém-nascidos (RN) infectados não ficou claro se a transmissão foi transplacentária ou pós-natal. Novas evidências sugerem que a transmissão vertical seja provável, embora a proporção de gestantes afetadas e o significado para o RN ainda não seja claro. Até o momento, os estudos não demonstraram presença do vírus em leite materno e líquido amniótico, mas demonstraram sua presença em fezes, sangue e urina materna”.

Na China, três crianças recém nascidas testaram positivo para Covid-19, mas os médicos ainda não sabem qual foi a forma de contágio. Depois de sete dias, o vírus havia desaparecido.

Em São Paulo, 45 gestantes foram internadas no Hospital das Clínicas, com Covid-19, no mês de abril. No mesmo hospital, profissionais da pediatria e obstetrícia realizam um estudo de monitoramento das grávidas para saber se há ou não transmissão vertical.

Apesar dessa incerteza sobre a transmissão, no mês de abril, o Ministério da Saúde incluiu as grávidas e puérperas (mulheres que tiveram filhos nos últimos 45 dias) no grupo de risco de contaminação da Covid-19. “As gestantes e puérperas são mais vulneráveis a infecções e, por isso, estão nos grupos de risco do vírus da gripe. Estudos científicos apontam que a fisiopatologia do vírus H1N1 pode apresentar letalidade nesses grupos associados à história clínica de comorbidades dessas mulheres. Sendo assim, para a infecção pela covid-19 o risco é semelhante pelos mesmos motivos fisiológicos, embora ainda não tenha estudo específico conclusivo. Portanto, os cuidados com gestantes e puérperas devem ser rigorosos e contínuos, independentemente do histórico clínico das pacientes”, afirmou o Ministério da Saúde.

A Unicef listou algumas recomendações para gestantes nessa época de pandemia:

  • Evitar o contato com qualquer pessoa que apresente sintomas da Covid-19
  • Evitar o transporte público sempre que possível
  • Trabalhar em casa, quando possível
  • Evitar grandes e pequenas aglomerações em espaços públicos, particularmente em espaços fechados ou confinados
  • Evitar reuniões presenciais com amigos e familiares.

FALE COM A REDAÇÃO: reportagem@gruposulnews.com.br

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