Realizada em 1988, mostra marcou a história da arte do país
Há 35 anos, o artista e museólogo Emanoel Araújo (1940-2022) fez a curadoria da icônica exposição A Mão Afro-Brasileira, para marcar o centenário da abolição da escravidão. Realizada em 1988, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), a mostra marcou a história da arte do país.
Anos depois, em 2004, Emanoel Araújo fundou o Museu Afro Brasil, do qual foi diretor-curador até a sua morte, em setembro do ano passado. O museu, próximo ao MAM, também no Parque Ibirapuera, tem seu olhar voltado aos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte e a escravidão, e registra a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.
Para homenagear a marcante exposição de 1988 e o próprio Emanoel Araújo, o MAM decidiu se unir ao Museu Afro Brasil Emanoel Araújo para realizar a mostra Mãos: 35 anos da Mão Afro-Brasileira, que entrou em cartaz em ambas as instituições, no Parque Ibirapuera.
“A mostra que o Emanuel Araújo realizou em 1988 foi muito importante e relevante, e está dentro da história das exposições como uma das pioneiras em relação a essa temática de arte afro-brasileira. Inclusive, ela deu origem à fundação do Museu Afro Brasil. E o MAM está revisitando essa exposição para repensá-la criticamente, atualizá-la e refletir sobre o sentido dessa mostra hoje”, disse Cauê Alves, curador-chefe do MAM.
A exposição tem curadoria do artista Claudinei Roberto da Silva e faz um recorte e uma atualização sobre a mostra de 1988. Ela reúne pinturas, gravuras, fotografias, esculturas e documentos de mais de 30 artistas afrodescendentes brasileiros, populares, acadêmicos, modernos e contemporâneos, entre eles, Heitor dos Prazeres, Aline Bispo, Rosana Paulino e o próprio Emanoel Araújo. Documentos referentes à exposição de 1988 também serão exibidos.
A nova exposição do MAM e do Museu Afro ocorre em um momento em que diversas instituições de São Paulo estão voltando seus olhares para a arte produzida por artistas afrodescendentes, como a mostra Retratistas do Morro, em cartaz no Sesc Pinheiros e a mostra Dos Brasis – Arte e Pensamento Negro, no Sesc Belenzinho. Esse diálogo também é feito com a Bienal de São Paulo.
Fonte: Agência Brasil.
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