Na suspensão entre o Metrô e empresa chinesa que fornece os trens, o Tribunal de Justiça de São Paulo alegou que “se trata de contrato de valor vultoso, que pode vir a gerar grave prejuízo ao erário, e consequências danosas à própria população paulistana”. O Metrô informou que está perplexo com a suspensão do contrato
A Justiça de São Paulo suspendeu o contrato entre o Metrô e o grupo chinês Byd Skyrail, que forneceria trens e equipamentos do monotrilho da Linha 17-Ouro. Essa nova paralisação nas obras, no entanto, não indica um possível novo atraso na entrega do monotrilho porque outra empresa contratada é responsável pelas obras atualmente.
O contrato foi suspenso depois de um pedido do Consórcio Signalling, que alega problemas na concorrência: o Consórcio Signalling disse que ofereceu um valor menor para o Metrô, mas ainda assim, perdeu a licitação.
Na decisão de suspensão, o Tribunal de Justiça de São Paulo alegou que “se trata de contrato de valor vultoso, que pode vir a gerar grave prejuízo ao erário, e consequências danosas à própria população paulistana”.
Desde 2012, a população paulistana convive com as obras da Linha 17-Ouro, que deveria ter sido entregue em 2014, a tempo da Copa do Mundo no Brasil.
Além de estar atrasada, o projeto mudou e encareceu: inicialmente, seriam 19 estações, entre Jabaquara (na Linha 1-Azul) e São Paulo Morumbi (na Linha 4-Amarela) ao custo de R$ 3 milhões; agora serão 8 estações (entre Morumbi e o Aeroporto de Congonhas), ao custo de R$ 4,5 bilhões.
No fim do ano passado o Governo anunciou a retomada das obras e garantiu que o monotrilho será entregue em 2022. “Esta linha do monotrilho, a Linha 17-Ouro do Metrô, será reiniciada amanhã, dia 18 de dezembro, e será entregue até dia 31 de dezembro de 2022”, disse o governador João Doria no dia 17 de dezembro de 2020.
De acordo com o Metrô, a notícia da suspensão do contrato foi recebida com perplexidade. “Causa perplexidade essa decisão judicial que pode colocar em risco a entrega da L17-Ouro em 2022, uma obra tão importante e aguardada pela população de São Paulo. Sua conclusão deve ser defendida por todos, inclusive pelo judiciário. O contrato foi assinado há 9 meses e está em regular andamento. Sua paralisação, como já dito, é prejudicial ao interesse público. O Metrô vai recorrer da decisão e lutar para que a população não seja ainda mais prejudicada”, disse Alexandre Baldy, secretário dos Transportes Metropolitanos.
Dias antes da suspensão do contrato, o Governo do Estado de São Paulo a vice-presidente mundial do grupo chinês Byd Skyrail, Stella Li, fizeram uma reunião virtual para definir a entrega dos trens do monotrilho. O secretário de Transportes Metropolitanos, inclusive, afirmou que o Governo do Estado estava “dialogando e cobrando” as ações da empresa quanto a entrega dos trens.
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