Além da Linha 9-Esmeralda, o Governo pretende conceder a Linha 8-Diamante, que juntas transportam mais de 1 milhão de passageiros por dia. A empresa vencedora terá que ampliar o número de estações e comprar novos trens, com investimentos de R$ 2,6 bilhões
Na última quinta-feira (27), o Governo de São Paulo realizou audiências públicas para discutir a concessão à iniciativa privada de duas linhas da CPTM: a 8-Diamante e a 9-Esmeralda, que opera na Zona Sul.
Participaram representantes da Secretaria de Transportes, empresários, organizações da sociedade civil, passageiros e funcionários da CPTM. Do lado de fora, o Sindicato dos Ferroviários protestou com faixas: “Privatizar o transporte público é precarizar o serviço”.
“Nós recebemos várias delegações, de vários países do mundo, interessados nesse processo. Uma audiência que nós esperamos 120 pessoas, tivemos 260, então… isso demonstra o interesse que a iniciativa privada está tendo na concessão”, disse Paulo Galli, secretário-executivo da Secretaria dos Transportes Metropolitanos.
Uma prévia do edital de concessão foi publicada e, através de uma consulta pública, que vai ficar disponível por 30 dias, os passageiros vão contribuir com sugestões sobre a proposta. Após esse período, a expectativa do Governo do Estado é lançar o edital de concessão em maio para publicar o resultado até setembro e assinar o contrato ainda esse ano.
A empresa ou consórcio que oferecer o maior lance vai explorar e operar as duas linhas, que transportam mais de 1 milhão de passageiros por dia. Em contrapartida, o vencedor da concessão terá que fazer melhorias no sistema, ampliar o número de estações e comprar novos trens, com investimentos de R$ 2,6 bilhões nos seis primeiros anos. O valor da passagem tem que ser o mesmo do restante do sistema. O prazo total da concessão será de 30 anos.
“Essas duas linhas têm um sentido operacional grande, o que vai permitir que a CPTM foque em outro campo e trabalhe as demais linhas, principalmente na Zona Leste, com maior intensidade”, explicou o secretário-executivo da Secretaria dos Transportes Metropolitanos.
O Governo do Estado ainda está responsável pela conclusão das obras de extensão da Linha 9 até Varginha e pelas adequações das estações Morumbi (integração com a Linha 17-Ouro), Santo Amaro (integração com a Linha 5-Lilás) e Carapicuíba (ligação com Boulevard).
OBRAS DE EXTENSÃO DA LINHA 9-ESMERALDA
Em maio do ano passado, o Governo retomou às obras de extensão da Linha 9-Esmeralda. As duas novas estações, Varginha e Mendes-Vila Natal, deveriam ter sido entregues em 2015. Em janeiro deste ano, no entanto, a entrega das estações foram adiadas para 2022, já que as obras ficaram paradas.
Atualmente, a Linha 9-Esmeralda vai do Grajaú, no extremo da Zona Sul, até a cidade de Osasco. Com a ampliação, a linha vai ligar o bairro de Varginha até Osasco.
Para que as obras de expansão da Linha 9-Esmeralda continuem, o governador João Doria liberou R$ 87 milhões. No total, o investimento na extensão da Linha 9-Esmeralda é de R$ 945 milhões, sendo R$ 500 milhões da União e R$ 445 milhões do Governo de São Paulo.
Segundo o Governo, com as duas estações, serão beneficiados moradores da Estrada dos Mendes e dos bairros Varginha, Vila Natal, Jardim Icaraí, Jardim São Bernardo e Conjunto Residencial Palmares, ou seja, um acréscimo de 110 mil pessoas que passarão a utilizar a Linha 9-Esmeralda.