Governo de SP adia para outubro a volta presencial às escolas

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Apesar do adiamento oficial, as escolas públicas e privadas têm autorização para utilizar as escolas para realizar aulas de reforço escolar ou outras atividades a partir de 8 de setembro. De acordo com uma pesquisa da Prefeitura de São Paulo: 78% dos pais, mães e responsáveis pelos estudantes são contra a reabertura das escolas


O Governo de São Paulo decidiu adiar em um mês a volta às aulas presenciais. Portanto, os alunos não devem retornar às escolas no dia 8 de setembro, mas sim no dia 7 de outubro. Essa medida só é válida para cidades que estão há 28 dias na Fase Amarela do Plano São Paulo.

“A data foi adiada para 7 de outubro por recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus para garantir uma margem de segurança ainda maior para as crianças, adolescentes, professores, gestores e profissionais da rede pública e privada de ensino e, obviamente, para os seus familiares”, explicou o governador João Doria.

Apesar do adiamento oficial, as escolas públicas e privadas, localizadas em regiões na Fase Amarela, têm autorização para utilizar as escolas para realizar aulas de reforço ou outras atividades a partir de 8 de setembro. “A escolha de reabertura para atividades opcionais e reforço é uma decisão que cada escola deve tomar através de um processo de consulta que envolve a comunidade escolar, pais, estudantes e educadores”, analisou o governador.

Mesmo com a nova data, nem todos os alunos poderão retornar às salas de aulas no dia 8 de outubro: no Ensino Infantil e Fundamental, apenas 35% dos estudantes podem comparecer e, no Ensino Médio, apenas 20%. Este revezamento de alunos já era previsto pelo Governo, então, alguns estudantes continuam assistindo aulas online.

A volta dos alunos e professores às escolas tem gerado debates na sociedade, em diversos Estados do Brasil, para decidir qual é o momento correto de retorno. De acordo com uma pesquisa da Prefeitura de São Paulo: 78% dos pais, mães e responsáveis pelos estudantes são contra a reabertura das escolas.

Na pesquisa, 46% defendem que a reabertura só deve acontecer quando existir uma vacina contra a Covid-19. Outros 32% preferem que as aulas nas escolas só retornem no próximo ano. Então, 71% das famílias preferem que as crianças e adolescentes continuem com o ensino a distância.

As escolas da rede estadual já começaram a enviar às famílias um termo de responsabilidade que tira do poder público a “culpa” no caso de algum estudante que se contamine na volta às escolas. A justificativa do Governo é que “o vírus circula por todo o mundo e não somente na escola”.

Este documento dá duas opções aos pais:

• garantir que as crianças façam as aulas caso fiquem no ensino a distância;

• demonstrar conhecimento dos riscos dos alunos nas escolas e cumprir algumas obrigações como utilização de Equipamentos de Segurança (máscara, álcool gel, etc.), entrega das atividades feitas em casa, esquema de revezamento de alunos.

Na rede municipal, o Conselho Municipal de Educação também criou uma resolução parecida para que pais e mães possam optar que seus filhos permaneçam estudando em casa. Com a resolução, a escola tem a obrigação de acompanhar o desempenho do aluno que não voltou para a sala de aula e não pode dar falta ao estudante.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS: VOLTA ÀS AULAS É PRIORIDADE

Para a Organização das Nações Unidas (ONU) o fechamento das escolas faz o mundo enfrentar “uma catástrofe de toda uma geração”, então a volta dos alunos às escolas deve ser uma prioridade dos Governos.

“Já enfrentamos uma crise de ensino anterior à pandemia. Agora, estamos diante de uma catástrofe de toda uma geração que pode desperdiçar potencial humano e levar a décadas de atraso, exacerbando a desigualdade. Colocar os alunos de volta às escolas da forma mais segura que for possível precisa ser a maior prioridade”, disse Antonio Guterres, secretário-geral da ONU.

“Os riscos para saúde mental dos estudantes com longos períodos de isolamento devido à pandemia e ao fechamento das escolas têm sido apontados em alguns estudos. Segundo pesquisa Datafolha, 75% dos estudantes das escolas estaduais de São Paulo declararam que estão tristes, ansiosos ou irritados”, informou o Governo de SP.


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