Bandidos ousam cada vez mais nas investidas contra quem está há à espera do pagamento.
Quem tem precatórios a receber deve ficar atento, pois os golpistas estão se aperfeiçoando nas ações em busca de novas vítimas, de olho nos altos valores. É o que alerta o escritório Scolari Neto & Oliveira Filho, que tem visto as demandas que envolvem esse tipo de golpe crescerem nos últimos meses.
O aumento significativo de fraudes tem preocupado não somente advogados, como credores e o próprio TJSP. “Para serem mais convincentes, os golpistas estão utilizando um documento que parece que foi extraído do próprio site do Tribunal de Justiça que é enviado, via aplicativos de mensagens ou e-mail, para as vítimas”, alerta o Dr. Fábio Scolari, especializado em precatórios.
“No documento falso, informam que a pessoa tem um crédito a receber de uma ação judicial em andamento, mas que o dinheiro só será liberado mediante o pagamento de custas ou, eventualmente, de Imposto de Renda. Eles utilizam termos técnicos e fornecem dados pessoais, como o número do processo e o nome do advogado responsável.
De acordo com o advogado, a documentação é muito convincente e tem contribuído para o aumento dos casos de golpes. Segundo ele, os golpistas “utilizam uma linguagem bastante técnica, com termos jurídicos, para convencer as vítimas”.
Apenas no Scolari Neto & Oliveira Filho Advogados, o número de credores de precatórios vítimas desse tipo de golpe aumentou 35% nos últimos meses. As vítimas são funcionários públicos, pensionistas ou herdeiros que têm dinheiro a receber do poder público por dívidas já reconhecidas pela Justiça, e que muitas vezes aguardam muitos anos pelo pagamento. Geralmente são idosos e pessoas vulneráveis.
Scolari ressalta que o TJSP não solicita pagamentos de taxas, impostos ou custas processuais aos credores para realizar a transferência dos créditos. “Caso o credor receba um documento ou contato suspeito, não deve fazer nenhum pagamento antecipado. É importante pesquisar na internet sobre o advogado ou a empresa mencionada, fazer contato através dos canais oficiais ou se preferir, checar se o nome do advogado consta no site da OAB. E sempre procure um advogado de confiança, preferencialmente especializado em precatórios”, finaliza o especialista.
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