Gestão estratégica transforma saúde mental e produtividade no trabalho

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Crédito: Freepik

Especialistas comentam como manter o equilíbrio entre demandas, significado das tarefas e bem-estar resulta em equipes mais engajadas e eficientes

Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e dinâmico, a gestão de pessoas deixou de ser apenas sinônimo de cobrança por metas e resultados. Hoje liderar equipes envolve equilibrar produtividade, qualidade e, sobretudo, a saúde mental dos colaboradores. Condições como burnout, quando há esgotamento extremo, e rust out, marcado pela estagnação e falta de desafios, afetam diretamente o desempenho e o engajamento no ambiente profissional. Diante desse cenário, cresce a necessidade de práticas de gestão mais humanizadas e estratégicas, que valorizem a motivação, o desenvolvimento e a criação de ambientes capazes de unir resultados consistentes à qualidade de vida.

Segundo a professora Adriana Caldana, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, alguns sinais de que o bem-estar no trabalho está comprometido são bastante perceptíveis. “Normalmente, as pessoas se distanciam, ficam mais frias, indiferentes, reduzem o ritmo de trabalho, além de muita falta de comunicação e retrabalho”, explica. Reconhecer esses indicadores é o primeiro passo para adotar medidas que promovam a saúde mental e a produtividade de forma equilibrada.

O gestor tem papel crucial na promoção do bem-estar no trabalho. Mais do que distribuir tarefas e cobrar resultados, sua função envolve criar condições que favoreçam a motivação, a saúde mental e o desenvolvimento das equipes. Para a docente, é fundamental que o gestor tenha um conhecimento amplo de sua equipe e compreenda o que ocorre no ambiente de trabalho. “A cobrança sempre estará presente, mas a sensibilização das lideranças e a humanização do trabalho são essenciais”, explica. “Em alguns momentos é importante abrir exceções e estimular hábitos mais saudáveis”, conclui.

Empresas brasileiras têm adotado iniciativas voltadas à saúde mental, geralmente centradas no indivíduo, como planos de saúde que incluem sessões de psicoterapia, campanhas de prevenção de acidentes e atividades físicas. “Muitas vezes o fator que leva ao adoecimento está na forma como o trabalho é realizado no dia a dia e não no indivíduo em si”, afirma a professora Marina Sticca da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP. Nesse sentido, a professora defende que as empresas construam uma cultura de promoção da saúde mental, com gestores treinados e práticas de gestão mais transparentes, equitativas e comprometidas com o bem-estar das equipes.

Por Hugo Carcci para o Jornal da USP


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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