A capital paulista tem 7.509 estações de telecomunicações e o ideal é que 1.000 habitantes usem a mesma estação, para os celulares funcionarem corretamente. Porém, há desigualdade: enquanto no Itaim Bibi 359 pessoas usam a mesma antena, no Grajaú 6.560 habitantes compartilham o mesmo sinal
O Governo Federal anunciou que em junho de 2022, as 27 capitais brasileiras terão acesso à tecnologia 5G. Considerada uma evolução na velocidade de conexão à internet no celular, o 5G permite que mais aparelhos acessem a internet ao mesmo tempo.
Como essa tecnologia é mais complexa, a rede de telecomunicações precisa ser modernizada. Na capital paulista, até a telecomunicação é desigual: são 7.509 estações de telecomunicações, porém, só 20 distritos da cidade têm menos de 1.000 habitantes por estação, a quantidade ideal para o bom funcionamento dos celulares. Atualmente, a média é de 2.200 pessoas para cada estação.
A pedido da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações, a Consultoria Teleco realizou um estudo que mostra os 10 bairros com as melhores e piores conexões de internet, levando em consideração a quantidade de habitantes usando a mesma torre de telecomunicação. Entre os melhores bairros, quatro estão localizados na Zona Sul; entre os piores, um na Zona Sul e o restante na Zona Leste. Confira o ranking:
MELHORES BAIRROS
- Barra Funda = 189 pessoas por estação
- Sé (292 pessoas)
- Pinheiros (335 pessoas)
- Itaim Bibi (359 pessoas)
- Moema (388 pessoas)
- Morumbi (419 pessoas)
- Jardim Paulista (433 pessoas)
- Campo Belo (470 pessoas)
- Brás (480 pessoas)
- Santo Amaro (490 pessoas)
PIORES BAIRROS
- Iguatemi = 10.639 pessoas por estação)
- Cidade Tiradentes (9.614 pessoas)
- José Bonifácio (9.548 pessoas)
- Vila Jacuí (9.491 pessoas)
- Jd. Helena (8.440 pessoas)
- Lajeado (8.276 pessoas)
- Brasilândia (6.972 pessoas)
- Parque do Carmo (6.826 pessoas)
- Sapopemba (6.617 pessoas)
- Grajaú (6.560 pessoas)
“A situação de São Paulo é muito consequência de uma lei restritiva e anacrônica que a cidade tem desde 2004. Por exemplo, uma antena só pode ser colocada numa rua que tenha 10 metros de largura, não pode ser colocada em estabelecimento de ensino e a 100 metros de um hospital. O 4G, a cobertura é provida através das torres, principalmente. O 5G também será, mas vai demandar cinco vez mais antenas do que demanda o 4G hoje”, explica Luciano Stutz, presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações.
Desde 2013, tramita na Câmara Municipal um projeto de lei (PL), conhecido como PL das Antenas, que prevê a instalação de postes, torres e contêineres destinados à operação de serviços de telecomunicações. O projeto foi aprovado em 1ª votação em 2014 e desde então está parado.
Segundo a Prefeitura, enquanto este PL não avança, a gestão municipal tem buscado soluções alternativas, como um decreto de 2020 que permite que os equipamentos de telecomunicação sejam instalados diretamente no mobiliário urbano já existente, como roteadores que recebem o sinal das antenas e distribui.
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