Enel apresenta bastidores da operação elétrica em São Paulo

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Crédito: Giovanna Bicalho

Durante visita ao Centro de Operações, empresa detalha investimentos e tecnologias, enquanto lida com questionamentos sobre serviços

São Paulo ocupa a quinta posição no ranking das maiores metrópoles do mundo. São cerca de 1.509 km² e mais de 11 milhões de habitantes trabalhando e vivendo para manter o título de “cidade que nunca para” e para isso, é necessário muita energia. E aqui entra o ponto mais importante, gerenciar toda essa energia. Na capital paulista, essa missão fica a cargo da Enel, a companhia de energia que administra toda a rede paulistana de eletricidade.

A convite da Enel, o Grupo Sul News foi conhecer o Centro de Operações da empresa, localizado na Chácara Santo Antônio. Em algumas salas com muitos computadores e telões gigantes, os funcionários da companhia conseguem monitorar e controlar o sistema elétrico da área de concessão, utilizando tecnologias para garantir a segurança e continuidade do fornecimento de luz e até mesmo encontrar algum ponto da distribuição que esteja com problemas. 

A apresentação foi guiada por Márcio Jardim, Diretor de Operações da Enel SP, que deu início à conversa com o sistema self heading, que permite identificar de forma mais ágil falhas na operação ocasionadas por fatores externos como queda de árvores sobre a fiação, descargas atmosféricas ou acidentes envolvendo veículos e postes. A instalação permite reconfigurar a rede de forma automática em menos tempo. Está ativo há cerca de cinco anos, mas funciona com maior capacidade há três anos. No entanto, o self heading apenas localiza a região do problema e não o ponto específico. Este é encontrado pela equipe em campo, ou seja, os eletricistas que trabalham diretamente com a rede elétrica nas ruas. Essa equipe ainda precisa estar em contato direto com o Centro de Operações, que irá fornecer as diretrizes para a realização de reparo com segurança. 

Aqui talvez esteja o maior problema da Enel. Em relatório divulgado recentemente pela Controladoria-Geral da União (CGU), foi concluído que a corporação não mobilizou o número mínimo de equipe exigido para lidar com o apagão de 2024 depois de fortes chuvas que deixaram mais de um milhão de consumidores sem energia. O apontamento da CGU vai de encontro a um dado preocupante, desde 2019, a Enel demitiu cerca de 36% dos funcionários. 

Questionado sobre as equipes, Márcio afirmou que a empresa vem fazendo aplicações em diversas áreas. “Nós temos um investimento na ordem de  R$ 10,4 bilhões que vão melhorar nosso trabalho. Vamos modernizar a rede e também contratar mais pessoal. Esse investimento moderniza a rede, minimiza impactos e reduz o deslocamento da equipe em campo”. O diretor de operação ainda afirmou que o sistema vem ajudando a diminuir os impactos na queda de energia. “Quando você olha o percentual de clientes restabelecidos durante os apagões de 2023 e 2024, você olha lá que foi 66% em 2023 em até 24 horas e já em 2024 foram 93% em 24 horas. Então tudo isso mostra a evolução para qualidade e recompor o nosso sistema”.

Outra sala apresentada durante a visita foi a de Transmissão que conta com informações sobre a carga em tempo real da área de concessão e uma comparação de valores com o dia anterior. Esse sistema está conectado direto com o operador nacional e com as operadoras de telecomunicação que também consomem energia para a transmissão de seu sinal. 

Márcio ainda aproveitou a ocasião para falar de um grande problema que acontece na cidade de São Paulo, o furto de cabos. “Nós temos esse problema bastante grande de furtos. Fazemos um monitoramento com nosso sensoriamento, então conseguimos  perceber se alguém foi lá no equipamento, furtou alguma parte e mandamos uma equipe lá. Quando o furto realmente aconteceu, é preciso recompor a rede”, explica. 

Medidas de prevenção aos furtos foram mencionadas, como as tampas de bueiros de concreto que chegam a pesar 200 kg e tem ajudado a evitar roubos de fios na rede subterrânea.

Por fim, o diretor aproveitou para apresentar o Smart Meter, o novo medidor da Enel, que será instalado em toda a rede de concessão e vai ajudar o consumidor a identificar padrões de consumo além de facilitar a leitura do uso de energia. 

A experiência no Centro de Operações da Enel foi uma oportunidade de entender o funcionamento da rede, conhecer a equipe e sua forma de trabalhar e também esclarecer dúvidas. Os investimentos são promissores e a esperança de muitos paulistanos de não terem mais grandes problemas de falta de energia, principalmente agora que a época da chuva se aproxima. Resta saber se as promessas serão cumpridas, e se isso bastará para dar fim aos apagões na cidade. 

Antigo e novo medidor de energia da Enel

SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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