Estudos recentes revelam conexão entre alimentos ultraprocessados e sintomas depressivos, ansiedade e outros desfechos adversos
Novas pesquisas destacam uma conexão alarmante entre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e o aumento de sintomas depressivos e outros problemas de saúde mental. Duas pesquisas recentes, publicadas nas revistas científicas British Medical Journal (BMJ) e Clinical Nutrition, reforçam a necessidade urgente de atenção para a relação entre alimentação e saúde mental, e para a importância de reduzir o consumo de produtos ultraprocessados.
De acordo com o estudo brasileiro, conduzido pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP), indivíduos com maior consumo de alimentos ultraprocessados apresentam um risco 42% maior de desenvolver sintomas depressivos, como humor deprimido, falta de prazer e falta de energia para atividades diárias (Werneck et al., 2024).
“As evidências sobre científicas dessa relação estão crescendo ano após ano. O consumo de produtos ultraprocessados tem se tornado cada vez mais comum devido à sua acessibilidade e conveniência, trazendo impactos negativos para a saúde mental”, afirma Bruna Hassan, pesquisadora em saúde pública da ACT Promoção da Saúde.
Especialistas recomendam uma reavaliação dos padrões alimentares e a promoção de políticas públicas que favoreçam uma alimentação adequada e saudável, baseada em alimentos frescos e menos processados, como arroz, feijão, hortaliças, e frutas, para mitigar os riscos associados ao consumo excessivo de produtos ultraprocessados.
Outra estratégia defendida pelos é a inclusão na Reforma Tributária em andamento no Congresso de alíquotas mais rigorosas para produtos que fazem mal à saúde, como os ultraprocessados, e incentivos para aqueles essenciais à vida.
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