Dentre sua programação, o Grupo Sul News conversou com o trompista Anderson Vitorino, com o dueto André Heryson e Joice Gozelato e com a bailarina Isabella Bianco, revelando suas apresentações
Sempre que a Orquestra Filarmônica Santo Amaro (OFISA), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, se apresenta no último domingo de cada mês, através da maestrina Sílvia Luisada, o público fiel lota e aguarda ansiosamente pelo Concerto, onde todos os integrantes da OFISA sempre se preocupam em passar a mensagem, a música e o sentimento de forma harmônica e agradável de assistir. O Concerto de Junho será no domingo (25), às 11h, gratuitamente. E na semana seguinte, a OFISA encerrará o primeiro semestre com o Concerto Didático no domingo (2), às 11h.
Programação: 1. Sonhos – Abertura da Ofisa 2023 – Thiago Gobet Spada 2. Tchaikowsky – “Andante Cantabile”, para trompa e orquestra de cordas – solista: Anderson Vitorino; 3. F. Lehar – A valsa da Viúva alegre – Lippen Schweigen – com o barítono André Heryson e a soprano Joice Gozeloto; 4. ‘A Tribute To The King – Elvis Presley’ – arranjo Ted Ricketts; 5. Clovis Pereira e Cesar Guerra Peixe- Mourão – convidados – bailarinos Isabella Bianco e Guilherme Rienzo; 6. John Williams – Jurassic Park; 7. Bedrich Smetana – Ma Vlast n.2 The Moldau (Vltava).
Em sua variação, do Rei do Rock, a trilha sonora do icônico filme dos anos 1990, Sílvia ainda reservou uma homenagem a toda à comunidade Tcheca. Bedrich Smetana é amplamente considerado um dos compositores mais importantes e influentes da República Tcheca. Ele é conhecido principalmente por suas composições sinfônicas e operísticas, muitas das quais celebram a cultura e a história da Boêmia.
André Heryson e Joice Gozeloto se conheceram na mesma turma em uma escola de música. Depois passaram a fazer parte do Coro da Diocese de Santo Amaro, com o talento de um puxando o brilho do outro. “Conheci a Sílvia em 2018, quando eu já trabalhava como preparador vocal e regente assistente de coro da Diocese. Fizemos um trabalho juntos na época. Depois da pandemia, ela me convidou para participar da temporada 2023, e eu trouxe a Joice conosco”, se apresentou André, que vão fazer o dueto na ‘Valsa da Viúva Alegre’.
A Opereta é uma das obras mais conhecidas e amadas do compositor austro-húngaro Franz Lehár. Estreou no Theater an der Wien, em Viena, em 1905, e desde então tem encantado o público em todo o mundo com sua música cativante e história romântica entre Hanna Glawari e o Conde Danilo.
“A viúva é de um país fictício, e o governo fica preocupado porque ela herda uma herança muito grande de um banqueiro e eles ficam preocupados de ela gastar a fortuna dela em outro país. Então a cidade arma um esquema de sedução para ela se casar com alguém da cidade”, explicou Joice Gozeloto.
Acontece que o Conde Danilo, que foi designado para ser apenas um sedutor, mas na realidade é um rapaz que já teve um caso amoroso com Hanna anos atrás. “A verdade é que ela queria ser rica. O que deixa a história mais gostosa é que eles estão revivendo essa paixão, então ele a seduz, mas agora ele questiona ‘será que eu quero ficar com ela só pelo dinheiro?’ e acabam se envolvendo mesmo”, confessou André.
Para Joice, a opereta, quando chega no momento da valsa, eles estão apaixonados. “Acho que fica no ar, estávamos comentando esses dias se essa paixão realmente existiu”, completou. “Vamos apresentar no Concerto a Valsa, que na história dá a entender que é o momento exato em que eles se apaixonam de verdade”, finalizou André.
Os bailarinos Guilherme Rienzo e Isabella Bianco vão tirar o público da poltrona com um gingado do brasileiro César Guerra-Peixe, em 1954. “O compositor de música erudita e estudioso da música popular brasileira nos inspirou a fazer a criação coreográfica contendo dança de salão, samba, gafiera, elementos do forró e dança cênica”, explicou Isabella Bianco.
“Mourão” faz parte da obra chamada “Mourão e Modinha”, que foi composta para o balé “A Menina Feia”, baseada em elementos folclóricos brasileiros e apresenta uma mistura de ritmos e sonoridades típicas do país. “Então a gente faz essa brincadeira, essa mistura, justamente como o compositor da obra trata a música dele”, finalizou Isabella.
No contexto da obra “A Menina Feia”, “Mourão” representa uma parte do enredo que explora a transformação da protagonista, uma menina feia, em uma bela moça, acompanhada por uma festa popular. A música expressa a atmosfera festiva e contagiante da celebração.
Já na trompa, o professor Anderson Vitorino fará uma adaptação para trompa e orquestra de cordas de “Andante Cantabile”, de Tchaikowsky. “Tive um relato de uma das contrabaixistas, de que é uma composição em homenagem a uma amada que ele tinha, e dentro dessa música ela gera um conflito de interesse e no final de agradecimento”, explicou Anderson Vitorino.
“Andante Cantabile” foi escrita em 1888, e Tchaikowsky estava passando por um período conturbado em sua vida pessoal na época. Há quem diga que ele dedicou esta composição a Anatoly Brandukov, um famoso violoncelista russo e um grande amigo próximo. Mas a dama mencionada é Nadezhda von Meck, uma rica patrona das artes que apoiou financeiramente Tchaikowsky por vários anos, permitindo-lhe se dedicar inteiramente à composição. No entanto, a conexão entre “Andante Cantabile” e Nadezhda é um pouco incerta. Ele nunca disse oficialmente, mas as circunstâncias do momento em que ela foi composta levam a crer que, ocultamente, ele realmente dedicou isso a sua “secreta [e nem tão secreta] paixão”.
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