Os dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23) revelam uma realidade preocupante: 25% da população brasileira ainda não tem acesso adequado à rede de esgoto. O acesso a sistemas de esgotamento sanitário adequado é essencial para garantir condições básicas de higiene e saúde, e os números refletem desafios persistentes na infraestrutura do país.
De acordo com o IBGE, 75,7% dos brasileiros tinham, na época da pesquisa, acesso a sistemas de esgoto considerados adequados. Esse percentual representa um avanço em relação aos Censos anteriores, evidenciando um progresso desde o ano 2000, quando apenas 59,2% da população tinha acesso a sistemas de esgoto adequados. Ainda assim, há muito a ser feito para atingir níveis satisfatórios em todo o país.
Segundo o Censo 2022, os 75,7% são divididos em 62,5% que têm acesso à rede geral, rede pluvial ou fossa ligada à rede, e 13,2% que contam com fossa séptica ou fossa filtro não ligada à rede, ambas consideradas modalidades adequadas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.
O tamanho do município tem impacto significativo nessa equação. Municípios com até 5 mil habitantes apresentam apenas 49,2% de seus moradores com acesso a esgotamento adequado, enquanto aqueles com mais de 500 mil habitantes alcançam 91,3% de cobertura adequada.
Apesar de todas as regiões do Brasil terem apresentado crescimento de 2010 a 2022, ainda persistem desigualdades marcantes. O Sudeste lidera com 90,7% de acesso adequado, seguido pelo Sul com 83,9%. O Nordeste apresenta uma proporção de 58,1%, enquanto o Norte e o Centro-Oeste registram 46,4% e 73,4%, respectivamente.
Ricardo Holz, comentarista da Jovem Pan News, destacou a desigualdade persistente entre as regiões: “Os dados refletem um avanço geral, mas a desigualdade regional continua a ser um desafio. É fundamental que as políticas públicas foquem em reduzir essas disparidades para garantir um acesso justo a serviços básicos para toda a população.”
Ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar a universalização do acesso adequado à rede de esgoto no Brasil. Enquanto alguns avanços são evidentes, a necessidade de investimentos e ações estratégicas em regiões menos favorecidas se apresentam como imperativos para garantir um futuro mais saudável e digno para todos os brasileiros.
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