Enquanto o bairro do Socorro não tem registro de mortes por policiais, o bairro vizinho do Grajaú figura no topo do ranking de óbitos, na Zona Sul, com 15 pessoas mortas por PMs. Por outro lado, segundo o Monitor da Violência, cresceu em 44% o número de policiais mortos em SP
De acordo com uma análise do pesquisador Tauã Magalhães Vital, doutorando em economia na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), dois distritos da Zona Sul de São Paulo não registraram nenhuma morte por policiais, entre 2019 e 2020: Morumbi e Socorro.
Bem perto do distrito do Socorro, o Grajaú é a região da Zona Sul de São Paulo com mais mortes por policiais: 15 óbitos.
Outros distritos da capital também não registram vítimas fatais pela Polícia nesse período: Mandaqui (Zona Norte), Água Rasa (Zona Leste), Bom Retiro e Pari (Centro) e Alto de Pinheiros (Zona Oeste).
Já os distritos com mais mortes pela Polícia são: Cidade Tiradentes (Zona Leste) e Tremembé (Zona Norte), com 21 óbitos cada um. Confira o ranking de mortes por policiais na Zona Sul:
• Socorro: 0 mortes
• Itaim Bibi: 1 mortes
• Marsilac: 2 mortes
• Santo Amaro: 2 mortes
• Campo Belo: 3 mortes
• Jardim Ângela: 3 mortes
• Cidade Dutra: 4 mortes
• Moema: 4 mortes
• Campo Grande: 5 mortes
• Parelheiros: 7 mortes
• Jardim São Luís: 7 mortes
• Pedreira: 8 mortes
• Jabaquara: 10 mortes
• Capão Redondo: 11 mortes
• Campo Limpo: 12 mortes
• Vila Andrade: 13 mortes
• Cidade Ademar: 13 mortes
• Grajaú: 15 mortes
No geral, entre 2019 e 2020, o número de cidadãos mortos pela Polícia, em São Paulo, caiu cerca de 6%: foram 867 em 2019 e 814 em 2020.
Do total de mortos do ano passado, 83% aconteceram com policiais em serviço e 16% com Policiais fora de serviço. No geral, a Polícia Militar é responsável por 95% das mortes dos cidadãos paulistanos.
Por outro lado, segundo o Monitor da Violência, cresceu em 44% o número de policiais de SP mortos em serviço ou fora de serviço: foram 34 em 2019 e 49 em 2020. Desse total do ano passado, 38 agentes eram da Polícia Militar e 11 da Polícia Civil.
“Com o crescimento do número de armas em circulação e a alta no número de licenças expedidas pelos órgãos federais, a tendência é que conflitos banais sejam solucionados na bala. Assim, um policial que atende uma ocorrência de violência doméstica ou briga de trânsito está cada vez mais exposto ao risco de que os envolvidos estejam em posse de arma de fogo, o que pode resultar no crescimento de policiais mortos”, diz Samira Bueno, Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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