ARTIGO | Não é prata, nem é ouro. É uma coisa bem singela

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Quem viveu os anos 90 sabe o quanto o pagode marcou essa década tão fora da curva na cultura brasileira. Mas você já parou para analisar as letras de pagode e samba? São verdadeiras poesias que, além de fazer sambar até o nascer do sol ou depois daquela feijoada, nos traz muita reflexão, de vida, e principalmente de amor.

“A paixão me pegou, tentei escapar e não consegui”, quem nunca pensou que seria só um ‘lancinho’ e acabou se transformando em uma ‘louca paixão’? Conhecer a morena no Pagode do Exalta, onde até perdemos a voz dizendo que “prometo te dar carinho, mas gosto de ser sozinho livre pra voar”, até que então vem o Zeca Pagodinho e solta um “não faz assim que posso até me apaixonar, faz assim que posso até me apaixonar”, deixando a ambiguidade de estar gostando e não querer admitir.

Mas dá para narrar um romance do começo ao fim com muito batuque do pandeiro e cavaco chorando! “Deixa acontecer naturalmente, eu não quero ver você chorar, deixa que o amor encontre a gente, nosso caso vai eternizar”, quem nunca ficou receoso e ferido após um coração partido e nunca cantou esse clássico ao lado de uma linda caipirinha? Então a morena percebe essa fragilidade do par e solta um: “se estiver precisando de amigo pra desabafar, se for alguma coisa comigo vamos conversar”, aí o homem se derrete.

Logo depois de ’mandar um sinal’, o homem chega no melhor amigo e fala de forma envergonhada: “preciso tanto conversar, falar de tudo que aconteceu comigo”, e o amigo entende logo pelo brilho no olhar dizendo “é tão normal o homem se apaixonar”.

Mas essa ‘louca paixão’ começou com um show do Péricles, onde numa casa de show se misturam todas as classes sociais, e logo nosso ‘aventureiro’ diz na ‘velocidade da luz’ que vai ter a coragem de falar que ‘mora no morro e ela na Zona Sul’. E a patricinha, cegamente apaixonada ignora e diz que “aquela imagem não me sai do pensamento, foi um selinho, mas não paro de pensar”.

‘Até o sol quis ver’ os dois no maior amor, ‘curtindo a vida’, foi ‘mandando um telegrama que ele foi até la’ e superou o medo bobo de se apaixonar e escreveu o romance com sotaque brasileiro. “Que seja eterno enquanto dure esse amor. Que dure para sempre!”

Matheus Laube é estudante de jornalismo da FAM e estagiário do Grupo Sul News


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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