*Alessandro Buonopane
Facilitar sim, substituir jamais. Sempre que me deparo com conversas ou leituras em torno do ChatGPT, a poderosa ferramenta de inteligência artificial (IA) desenvolvida pela OpenAI, costumo reforçar o meu entendimento pessoal de que o uso tecnológico de linguagens e máquinas não irá sobrepujar o lado humano por trás de tais evoluções – e, porque não, revoluções! O que veremos, cada vez mais, é a maximização das potências.
Digo isso sem nunca perder de vista que, na minha carreira, tudo começou com análise e gestão de sistemas de informação, há 34 anos. E corroboro o entendimento que não há na história recente da humanidade algo tão impactante no mundo tech como o ChatGPT. Ao simular o comportamento humano por intermédio de amplos modelos de linguagem (LLMs), a plataforma oferece uma infinidade de conteúdos variados como resposta.
Para o mundo corporativo, também ficou clara a gama de possibilidades para o aumento de eficiência e qualidade de produtos, soluções e negócios.
No ambiente de programação e do aperfeiçoamento de códigos, já é notória a possibilidade de escrever ou corrigir linhas codificadas, sejam em C++, Java ou Python, em termos de sintaxe, semântica e estruturação.
Evolução ou revolução? Possivelmente as duas coisas. Para os profissionais especializados em programação e desenvolvimento de sistemas, o grande alarde em torno da ferramenta gerou um forte temor de que a tecnologia possa substituir o aspecto humano da equação.
Em primeiro lugar, devemos distinguir programar de desenvolver sistemas. Se o primeiro trata de escrever códigos para determinada tarefa, o segundo aborda várias ações, como design, análises de requisitos, testes, etc.. Por mais que a tecnologia esteja em rápido desenvolvimento, o ChatGPT não possui conhecimentos de domínio específicos, o que o torna limitado para atender, por exemplo, diferentes ambientes de negócios.
O uso do ChatGPT no ambiente dos códigos permite automatizar tarefas de rotina, repetitivas ou de depuração, abrindo espaço para que o profissional se foque na parte estratégica e criativa do sistema que esteja gerenciando ou desenvolvendo.
Apesar do ChatGPT ser considerado um sistema de aprendizagem, nós também temos muito o que aprender com ele.
*Alessandro Buonopane é CEO Brasil da GFT Technologies
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Na minha opinião, o que o ChatGPT mais ajuda no contexto do ambiente corporativo, é na resolução de dúvidas e diminuição da curva de aprendizado.
O que é mais fácil, você consultar 5 colegas diferentes, tentando entender como fazer a implementação de uma biblioteca que não é habitualmente utilizada, ou enviar ao GPT, de forma simplista, e sem compartilhar o código fonte? O desenvolvedor da atualidade deve saber, não somente escrever códigos fontes de alta performance, assim como escrever prompts de qualidade de forma genérica, a fim de se obter o máximo proveito da tecnologia sem vazar informações de regra de negócio da empresa que trabalha.
Ótimo artigo.