O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, será celebrado na mesma data do primeiro jogo da Copa do Mundo de 2022, na qual nossa seleção buscará o hexacampeonato. Coincidência feliz e oportuna, pois jogadores brasileiros, têm sido vítimas de racismo em estádios europeus. Além de tristes episódios em jogos da Libertadores da América, o que é mais grave, por ser em nosso próprio país.
A discriminação e o racismo são inaceitáveis e sua manifestação no futebol ganha proporções gravíssimas, estimulando atitudes negativas e deseducando as novas gerações. É inadmissível que pessoas sejam tratadas de modo pejorativo e moralmente ofendidas devido à etnia e à expressão de sua cultura.
A pauta da diversidade e da inclusão é fundamental para construirmos um ambiente de negócios cada vez melhor. Nas empresas, mais do que nunca, combate-se a discriminação étnica, de gênero, ideológica e religiosa. São valores que procuramos disseminar de modo intenso na indústria paulista, na qual é forte a aderência aos princípios de ESG, sigla em inglês para a governança ambiental, social e corporativa.
O futebol sempre contribuiu muito para o combate à discriminação, pois parte expressiva de seus melhores atletas é constituída por negros, como o rei Pelé, entre outros que inspiram sonhos e influenciam comportamentos. A contribuição dos afrodescendentes também se expressa em todas as áreas de atividade e na cultura do Brasil.
Numa conjuntura nacional e global em que a discriminação, a negligência ecológica e social e práticas politicamente incorretas afastam investimentos, afugentam consumidores, contrariam os stakeholders e conspiram contra a economia, não há mais lugar para preconceito. A força da economia brasileira na trilha do desenvolvimento está justamente no pluralismo e na diversidade de nossa gente. Esta é a visão da indústria e é assim que edificaremos um país mais próspero e justo.
Que, no Catar, nossos jogadores façam muitos gols, alegrem o mundo com passos de dança e disseminem os bons valores do esporte. Que, com sua arte, confortem o planeta assustado pela guerra e convalescente da pandemia e, se não for pedir muito, nos tragam o “caneco”!
*Rafael Cervone, engenheiro e empresário, é o presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).
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