
Professores e alunos criam ações sobre preservação ambiental e mostram que a periferia também tem muito a dizer sobre o futuro do planeta
Já tem um tempo que a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas (COP30) vem sendo falada nos noticiários de todo o país. O evento será realizado na próxima segunda-feira (10), em Belém do Pará, e busca reunir líderes mundiais e organizações para falar das mudanças climáticas.
Apesar de parecer algo muito distante do cidadão comum, a COP30 deve ser de interesses de todos e tem uma turminha que tem levado isso especialmente a sério.
No Grajaú, na Zona Sul de São Paulo, alunos e professores de duas escolas estaduais, a Eurípides Simões de Paula e Escola PEI Adelaide Rosa Fernandes Machado de Sousa, vêm trabalhando durante todo o ano de 2025 questões sobre mudanças climáticas.
O tema foi levado à sala de aula depois que a professora Cristiane Lacerda inscreveu a escola Eurípides para participar do “Estação Central COP”, projeto educacional do Observatório do Clima, que busca levar a COP 30 às salas de aulas. Ao participar do projeto, os professores recebem uma caixa com material e junto com os alunos precisam desenvolver ações que conscientizem a comunidade escolar sobre a crise climática.
Para isso, Cristiane, que ministra aulas de matemática, se juntou aos também professores Luciana Roberta (História), Vanessa Oliveira (Inglês), Lucas Andrade (Língua Portuguesa), Renan Caetano (Geografia), Ananda Beatriz Chausse (Biologia) e Mário Barros (Geografia e Jornalismo Juvenil), que desenvolveram o projeto multidisciplinar, abordando questões como racismo climático, importância do Acordo de Paris e fundamentos da mudança do clima.
Com base nas aulas, os alunos realizaram ações como batalhas de Slam (versos cantados) sobre conscientização ambiental e até mesmo limpeza do entorno da represa Billings.
“O ponto central do trabalho foi falar que a preservação não depende só de governos, mas de cada um de nós. Também tínhamos a intenção de mostrar o lado da periferia, que sempre é silenciado, e passar uma mensagem que representa o Grajaú”, conta Cristiane.
E a mensagem formulada pelos alunos é: “Nós somos o Grajaú, território de água, verde e resistência. Da beira da Represa Billings, onde o vento sopra e a capivara nada, enviamos nosso recado à COP30: o futuro começa aqui. A periferia também é floresta, também é vida, também é esperança. Que a voz dos nossos estudantes permaneça, lembrando que cuidar do clima é cuidar das pessoas. E que, do Grajaú ao planeta, a mudança já começou.”
Por Giovanna Bicalho
SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br