Maria Quitéria de Jesus Medeiros foi uma figura histórica significativa no Brasil Imperial e é considerada um símbolo da mulher independente de sua época. Nascida em 27 de julho de 1792, em Feira de Santana-BA, Maria Quitéria é lembrada principalmente por sua participação na luta pela independência do Brasil e pela quebra de estereótipos de gênero ao se vestir como homem para combater no Exército.
Quando estouraram as lutas pela independência do Brasil em 1822, Maria Quitéria demonstrou seu desejo de se juntar às tropas como voluntária, mas as leis da época proibiam a participação de mulheres nas forças armadas. Determinada a lutar, ela adotou o nome falso de “Soldado Medeiros” e conseguiu se alistar no 6º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro. Foi assim que ela se tornou a primeira mulher a servir abertamente nas forças armadas brasileiras. Também participou de batalhas como a de Pirajá, importante confronto que ajudou a consolidar a independência da Bahia.
A atitude de Maria Quitéria de se disfarçar de homem para lutar foi vista com desconfiança e choque na sociedade conservadora da época. E que é um choque até hoje, uma mulher que sabe manejar uma arma sem sentir pressão inimiga ou de homens à sua volta pode ser uma metáfora pra mulheres que são muito à frente dos ‘estereótipos sociais’ do homem e da mulher que pregamos naturalmente.
Ela teve que superar preconceitos e estereótipos de gênero para conquistar seu lugar no exército. No entanto, tinha uma personalidade tão forte que, mesmo no Século XIX, quando nem se imaginava uma mulher no exército, ela foi aceita por Dom Pedro I, que mandou uma carta para sua família pedindo para seus pais perdoarem a “audácia” de sua filha e a aceitarem do jeitinho que ela é!
Sua história destaca o papel das mulheres na história do Brasil e inspira gerações futuras a lutar por seus direitos e objetivos, independentemente das expectativas sociais. Maria Quitéria é símbolo da mulher independente. Seu quadro exposto no Museu do Ipiranga é, particularmente, a minha obra preferida entre obras históricas de nosso Brasil. Uma linda mulher, considerada “mais homem” que todos os homens de sua época. Por acaso, vocês conhecem alguém que possa ser a representação de Maria Quitéria no Brasil do Século XXI?
Matheus Laube é jornalista do Grupo Sul News e estudante de jornalismo na Faculdade das Américas (FAM)
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