Para Putin, a participação da vizinha na OTAN é inegociável e autorizou militares a bombardearem bases militares ucranianas, criando um dos maiores caos do Século XXI
O mundo inteiro está perplecto com os ataques russos em solos ucranianos no decorrer desta semana. Vladimir Putin parece ressuscitar o velho fantasma da União Soviética em plena era digital, onde sabemos tudo o que acontece em qualquer parte do mundo em segundos. Mas por que todo esse alvoroço?
Em 26 de dezembro de 1991 foi decretado o fim da União Soviética (URSS), transformando os países do Leste Europeu como conhecemos hoje (Armênia, Azerbaijão, Belarus, Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Letônia, Lituânia, Moldávia, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão).
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, criou-se outra guerra, a Guerra Fria, onde EUA e URSS brigavam pelo título de maior potência mundial, e durou anos, até que a URSS se desfez. A Rússia, no início dos anos 90 havia se tornado o que é a Venezuela hoje, e Vladimir Putin, assumindo o poder em 1999, transformou a Rússia em uma nova potência mundial, resgatando os valores históricos (e ego) da antiga URSS.
A Ucrânia faz fronteira com a Rússia e toda essa polêmica se deu pelos EUA convidar a Ucrânia para fazer parte da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), essa organização foi criada pelos EUA com o objetivo de unificar países da Europa após o final da Segunda Guerra, através de alianças militares, ou seja, se um país membro da OTAN é atacado, todos os países membros reagirão a esse ataque com essa aliança.
Putin alega que é inegociável a Ucrânia participar da OTAN, pois assim os EUA teriam autorização para colocar militares e armamentos pesados, como mísseis e bombas nucleares a poucos quilômetros de Moscou.
O problema é que os Ucranianos são altamente divididos entre pensamentos independentes (concentrados no Oeste do país, o lado europeu) e pró-Rússia, no Leste (fazendo fronteira com a Rússia), onde muitos ucranianos e russos convivem juntos e mais de 50% da população fala russo.
Parece uma ação de ego inflado de Putin, pois no pós Guerra Fria, a Rússia perdeu grande parte da influência que tinha no mundo, agora que a Ucrânia tem a chance de virar membro da OTAN, foi uma cutucada com vara curta na ferida mais sangrenta da Rússia, reacendendo as chamas das tropas da União Soviética.
Joe Biden, presidente Democrata, parece não ser um líder que sabe lidar com uma situação de guerra, o convite para fazer parte da OTAN aos ucranianos é uma tática militar para poder ameaçar os russos igual os russos tentaram (e fracassaram) ao se aliar a Cuba e manter mísseis preparados para atacar os solos norte-americanos.
Donald Trump provavelmente está rindo à toa com toda essa situação ao ver como seu rival Joe Biden está lidando com a Rússia. Independente da natureza e caráter de Trump, com certeza ele teria o culhão para conversar pessoalmente com Vladimir Putin e resolver na mesa essa situação, assim como fez visitando a Coreia do Norte, do líder Kim Jong-Um, mas Biden não tem essa moral para agir de tal maneira.
Agora a Rússia começou a lançar seus dados vermelhos no icônico jogo de tabuleiro ‘War’ e começou os ataques à Ucrânia. Putin autorizou o bombardeio em direção ao Leste, onde se concentra a ‘Ucrânia Independente’, com ataques pela terra, ar e mar, mas invadiu diversas regiões já deixando mortos e feridos. Muitos moradores estão tentando deixar o país e estamos possivelmente testemunhando a maior imigração de refugiados em caráter emergencial, ao menos no século XXI.
O Ministério de Defesa da Rússia afirmou ter destruído 74 instalações de infraestrutura militar em solo ucraniano.
Agora a Ucrânia, que sozinha tem um poder militar muito inferior à Rússia, depende de países da OTAN, principalmente os EUA, que tem responsabilidade pelo que que está acontecendo, de poder ter direito a jogar mais dados amarelos para sua defesa aos ataques russos.
Inclusive, a Rússia está se apropriando de Chernobyl, local altamente tóxico e perigoso, onde uma bomba por ali pode desencadear gases tóxicos em diversos países.
Joe Biden não parece ter o culhão de Trump para resolver perrengues, mas também não é um santinho, já está impondo sanções de restrições comerciais e diplomáticas contra a Rússia. Mas ainda não disse nada sobre usar a força bruta, deixando líderes ucranianos desesperados sem uma ajuda militar.
No esporte, diversos esportistas estão perdendo cargos e patrocínios, como o caso do piloto de Fórmula 1, Nikita Mazepin, que teve o contrato de sua patrocinadora rescindido com a Hass e até o momento não se sabe se vai correr, podendo ter Pietro Fittipaldi representando o Brasil, depois de 5 anos sem brasileiros oficialmente no grid de largada (Pietro chegou a correr 2 corridas com o acidente de Romain Gorsjean, em 2020), sendo as 2 únicas corridas com brasileiros desde 2018).
Jair Bolsonaro visitou Vladimir Putin pessoalmente nas últimas semanas, mostrando seu lado Trumpista, e provavelmente está sabendo de situações que não foram divulgados, pois até o momento permanece em silêncio, após ter homenageado ‘herois de guerra comunistas’.
Para o Brasil, é importante o silêncio do Presidente neste momento, pois a Rússia conta com o apoio da China, que é o principal comprador do Brasil, e talvez seja mais um silêncio estratégico de economia do que por vontade própria. Além disso, o principal setor de exportação do Brasil, a agrícola, tem uma dependência nos fertilizantes russos e trigos importados, e se o mundo parar de comprar trigo da Rússia, isso pode abalar, não só as nossas economias, como de muitos países numa eventual perda de relações com a Rússia.
Isso é prelúdio de uma 3ª Guerra Mundial? Atualmente a China tem poder e vontade de ser sucessora dos EUA como maior potência do mundo, e nem mesmo os EUA tem a vontade de ter a China como inimigo em fogo cruzado, ainda mais vendo que nesta última década, Rússia, Coreia do Norte e China se transformaram em ‘aliados’ às escuras.
Outros aliados poderosos de Putin são o Cazaquistão, que possui uma imensa reserva de petróleo e uma economia autossuficiente para lidar com uma guerra, e a Síria, que já apoiou Putin publicamente.
A expectativa é de haver uma negociação entre Ucrânia, Rússia e OTAN e que esse cenário ‘nostálgico’ (e triste) de guerra fique apenas em solos Ucranianos. São muitos países e potências incluídas, e isso pode ser um fator relevante para o não acontecimento de uma guerra generalizada. Agora todos os veículos de imprensa e telespectadores não param de apertar F5 para atualizar as notícias.
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