Alunos da rede estadual voltam às escolas enquanto professores fazem greve

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A partir desta segunda-feira (8), as escolas estaduais podem receber 35% dos estudantes, apesar da Fase Amarela do Plano São Paulo permitir 70%. Enquanto isso, professores que são contra o retorno presencial iniciam greve e pedem vacina contra a Covid-19 para profissionais da educação


As aulas presenciais nas escolas estaduais da rede pública recomeçam nesta segunda-feira (8). Na semana passada foi a vez das escolas particulares e, na próxima segunda-feira (15) são os alunos da rede municipal que voltam para às escolas.

No entanto, nem todos os alunos podem comparecer às escolas: apenas 35% dos estudantes participam das aulas presenciais, já que os protocolos sanitários da pandemia da Covid-19 exigem que não aconteçam aglomerações.

No entanto, como a cidade de São Paulo está na Fase Amarela do Plano São Paulo, cerca de 70% dos alunos deveriam retornar. “Nós mantivemos os 35% neste momento, justamente porque as escolas, na semana passada, chamaram as famílias e foram explicando para os pais como se daria essa primeira etapa de rodízio. Mudar na sexta-feira [passada, dia 5], sentimos que haveria muita dificuldade da rede em comunicar os pais individualmente, porque essa comunicação foi individualmente”, disse o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.

Sendo assim, as aulas online continuam e, segundo o Governo de São Paulo, cada unidade escolar define como vai realizar o rodízio de alunos presencialmente. Entre as regras sanitárias está incluso:

  • Aferição de temperatura antes de ir para a escola e ao retornar. Alunos e servidores que estiverem com mais de 37,5° devem ficar em isolamento;
  • Uso obrigatório de máscara no transporte escolar, no transporte coletivo, no percurso até a escola e dentro da escola;
  • Veículos escolares devem disponibilizar álcool gel e fazer a limpeza diária do veículo;
  • Alunos e servidores devem ter suas próprias garrafas d’água ou copos pois é proibido beber água direto dos bebedouros;
  • Distanciamento social.

Apesar do Governo autorizar e planejar o retorno presencial, muitos professores ainda são contra a medida e anunciaram uma greve, a começar nesta segunda-feira (8). De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP (Apeoesp), cerca de cinco mil docentes participaram de uma assembleia e 91% votaram a favor de continuarem apenas com as aulas online, enquanto não houver vacinação para os profissionais da educação.

“Não há condições para um retorno seguro. As escolas não apresentam a mínima infraestrutura. Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool em gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves. A APEOESP fez um levantamento em que constatou até agora 147 casos de Covid em escolas. Todas tiveram algum tipo de atividade presencial. Imagine o que vai acontecer quando milhões de estudantes voltarem para as aulas presenciais no Estado”, afirma a Professora Bebel, presidente do Sindicato e deputada estadual.

Para que professores e funcionários das escolas sejam incluídos na primeira etapa da campanha de vacinação contra a Covid-19, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP enviou ofícios ao governador João Doria e à Secretaria Estadual de Educação. Além disso, como a presidente do sindicato é deputada estadual, ela também protocolou projeto de lei na Assembleia Legislativa do Estado para que o grupo seja vacinado.

Uma ação judicial também foi iniciada no Supremo Tribunal Federal (STF) “para que o governo adquira vacina com eficácia comprovada e assegure a vacinação dos profissionais da Educação das redes públicas no grupo prioritário, juntamente com os profissionais da saúde e os idosos”, informou a Apeoesp.

A Secretaria Estadual da Educação informou que “lamenta que o sindicato se paute por uma agenda político-partidária completamente desvinculada do compromisso com o aprendizado dos alunos”. Quanto aos professores, disse que “faltas não justificadas pelos profissionais serão descontadas”.

Para essa primeira semana de aulas presenciais, estão previstos protestos presenciais e virtuais, como carreatas e encontros com professores.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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