Vírus HIV: mitos e verdades que ainda precisam ser combatidos

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Uso de preservativo e testagem regular contribuem para diminuição de novos casos - Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Sociedade avança na redução de novos casos de HIV e AIDS, mas ainda é preciso investir em educação e prevenção

O combate ao vírus HIV ainda é um tema cercado de dúvidas, estigmas e desinformação. Para marcar a importância da prevenção e do acesso ao diagnóstico, especialistas reforçam a necessidade de esclarecer mitos que dificultam a busca por cuidados e contribuem para a perpetuação do preconceito.

De acordo com o Boletim Epidemiológico divulgado pelo município de São Paulo, entre 2015 e 2024 o número de novos diagnósticos de AIDS, síndrome da imunodeficiência que ocorre quando o vírus do HIV não é tratado adequadamente, caiu 41,4%, passando de 2.466 para 1.445 casos. Em 2024, os homens concentraram 81,2% dos diagnósticos (1.173 casos), enquanto as mulheres representaram 18,8% (272 casos). A queda expressiva também reflete avanços importantes: diagnóstico precoce, início imediato da terapia antirretroviral (TARV) e políticas públicas de prevenção.

A Dra. Mariana Lanna, infectologista do Hospital Geral do Grajaú, destaca que os números mostram progresso, mas não permitem relaxamento. “Felizmente, o número de casos está reduzindo com o passar dos anos, o que demonstra a eficácia das estratégias de prevenção e do tratamento. Mas isso não significa que podemos baixar a guarda. É essencial manter a testagem regular, o uso de preservativo e o acompanhamento médico adequado”, afirma.

A seguir, os principais mitos e verdades que ajudam a esclarecer o que ainda gera dúvidas sobre o HIV:

1. O HIV pode ser transmitido pelo beijo, abraço ou aperto de mão

    Não existe transmissão por contato casual. O vírus não passa por saliva, suor, lágrimas ou toque. A transmissão ocorre principalmente por relação sexual desprotegida, compartilhamento de objetos perfurocortantes e da mãe para o bebê sem tratamento adequado.

    2. Apenas populações específicas estão em risco

    O HIV pode atingir qualquer pessoa. O foco deve estar em práticas de risco, não em grupos. Estigma e discriminação reduzem a busca por prevenção e tratamento.

    3. Pessoas vivendo com HIV não podem ter filhos saudáveis

    Com acompanhamento adequado e uso da TARV, mulheres vivendo com HIV podem ter gravidez e parto seguros, com risco de transmissão praticamente zerado.

    4. O tratamento é difícil e tem muitos efeitos colaterais

    Os tratamentos atuais são mais eficazes, seguros e simples, muitas vezes com apenas um comprimido ao dia. A TARV permite qualidade de vida plena e expectativa de vida semelhante à de pessoas sem HIV.
     
    5. O HIV sempre evolui para Aids

    Com diagnóstico precoce e adesão ao tratamento, a evolução para Aids pode ser evitada. Quanto antes o tratamento começa, maior a proteção ao sistema imunológico.

    A médica reforça que informação correta continua sendo a principal aliada no enfrentamento ao vírus. “A redução dos casos é uma excelente notícia, mas só conseguiremos avançar ainda mais se continuarmos promovendo educação, testagem e acesso ao cuidado integral. Prevenir continua sendo o caminho mais eficaz”, completa.


    SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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