Serviço é oferecido gratuitamente às escolas públicas e parques da capital; período de recesso é o mais indicado
Além do descanso para os alunos e funcionários das instituições de ensino, o período de recesso escolar é o ideal para a análise e tratamento das areias nas escolas, já que o local deve ficar isolado de contato humano. Para isso, o Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores (Labzoo), da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS), oferece e realiza análises gratuitas em areias de escolas públicas e parques da cidade, com o objetivo de proteger a população de fungos e parasitas causadores de doenças. Para escolas particulares é cobrada uma taxa por amostra. Esse serviço também pode ser realizado durante todo o ano, basta que o local fique isolado de contato humano.
Entre janeiro de 2019 e outubro de deste ano foram analisadas 337 amostras, provenientes de 28 locais diferentes, sendo 13 escolas públicas ,12 particulares e três parques municipais. Destas, 192 estavam contaminadas com Ancylostoma spp., que causa o chamado amarelão, ovos de Toxocara spp., um parasita que habita o intestino delgado, e ovos de Ascaris lumbricoides, comumente chamadas de lombrigas.
Os parasitas encontrados podem causar as síndromes Larva migrans cutânea e Larva migrans visceral, que causam, entre outros sintomas, infecções, febre, dor abdominal e diminuição da visão, por exemplo. Se necessário, o tratamento é realizado com a utilização de medicamentos anti-helmínticos, que tratam vermes multicelulares nos sistemas digestório, nervoso, reprodutor e excretor.
De acordo com Simone Zaahary Pires Brandão, responsável pelo setor de parasitologia do Labzoo, o acesso dos animais a esses locais e a falta de recolhimento das fezes por parte dos tutores, a falta de desverminação e a localização dos tanques de areia (que muitas vezes favorecem o ciclo de vida do parasita) são os fatores que influenciam diretamente a presença desses parasitas. “Cuidar dessas areias é extremamente importante, pois, se estiverem contaminadas e as crianças brincarem nelas, por exemplo, podem contrair as parasitoses. Tendo essa análise, a escola pode protegê-las. Basta que as escolas entrem em contato com o Labzoo e solicitem a coleta”, explica.
Após o contato, uma equipe vai até a escola e coleta algumas amostras de pontos estratégicos, nos quais há areia na escola. “Observamos ovos ou larvas e, se der positivo, mandamos junto todas as orientações de como manejar a areia para acabar com o parasita específico que está na amostra”, conta Simone. As orientações incluem a movimentação dessa areia de duas a três vezes por semana, para que o sol resseque esses ovos, a cobertura da areia com plástico, após o fechamento da unidade, para que felinos, não tenham acesso e defequem na areia. E, pelo menos uma vez ao ano, a areia deve ser trocada por outra e pode, novamente, passar pela análise do laboratório.
O serviço existe desde 2013 e, para solicitar a análise, a escola deve entrar em contato pelo e-mail laboratorio.ccz@prefeitura.sp.gov.br. Para as escolas da rede municipal e estadual o serviço é gratuito. As particulares devem pagar por amostra o valor de R$ 30,50 para análises parasitológicas e R$ 49,50 para micológicas.
O Labzoo também oferece suporte aos municípios de Santos e São José dos Campos, analisando amostras de partes da areia da praia, campos de futebol e praças.
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