Risco para o motor e para o bolso: um a cada cinco lubrificantes vendidos no Brasil são adulterados

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Crédito: Pexels

Conduta ilegal traz riscos à segurança e prejuízos milionários para motoristas brasileiros

O Instituto Combustível Legal (ICL) sinaliza preocupação sobre uma prática cada vez mais comum e silenciosa no mercado automotivo ilegal: a venda de lubrificantes adulterados que coloca em risco a segurança dos motoristas e provoca danos severos aos veículos. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), cerca de 20% dos lubrificantes comercializados no Brasil são adulterados. O prejuízo total ultrapassa R$ 1,4 bilhão por ano, segundo o ICL, considerando custos com manutenção, falhas mecânicas, perda de garantia de fábrica e fraudes tributárias.

“É uma economia na hora da compra do produto, mas a longo prazo significa uma ameaça invisível que age no coração do motor. Produtos adulterados comprometem peças essenciais e podem levar à perda total do veículo, além de representar um risco direto à segurança de quem está ao volante”, alerta Emerson Kapaz, presidente do Instituto.

Um impacto recorrente é a formação de borra no motor, causada pela degradação do óleo, que resulta em resíduos sólidos capazes de entupir dutos, danificar pistões e comprometer o funcionamento do sistema. O reparo, nesse caso, pode custar entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Além disso, a presença de água, ácidos ou aditivos impróprios nesses produtos compromete diretamente a integridade das peças internas, provocando corrosão dos mancais e falha do eixo virabrequim — um problema grave, cujo conserto pode ultrapassar R$ 10 mil.

Há ainda o risco de obstrução do sistema de lubrificação, que, ao restringir o fluxo de óleo, gera superaquecimento e danos em componentes, como a bomba d’água e a junta do cabeçote. Também pode ocorrer a quebra da correia dentada ou do motor, resultado do uso de óleos com viscosidade fora das especificações recomendadas.

Dicas práticas para garantir a segurança e procedência do produto

De acordo com o executivo, é fundamental tomar algumas medidas: exigir nota fiscal, verificar se o produto possui selo de qualidade do fabricante, conferir o número do lote e o CNPJ no rótulo. Além disso, é imprescindível consultar o manual do veículo para garantir que o óleo esteja de acordo com as especificações recomendadas pela montadora. “Compras em plataformas não homologadas ou de procedência duvidosa devem ser evitadas, pois representam alto risco de fraude e danos ao veículo”, conclui o Instituto.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br 

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