Com apoio da Universidade Paulista – UNIP, o Instituto Mais Identidade oferece atendimento gratuito a indivíduos com deformidades faciais, recuperando-lhes a função estética-funcional e reintegrando-os ao convívio social para que tenham vida plena
O Instituto Mais Identidade – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) – acaba de ser premiado com o 1º lugar pelo Programa VOA – AMBEV, por notabilizar-se, entre outras 40 organizações, em um trabalho voluntário e gratuito de reconstrução bucomaxilofacial.
Os números no Brasil chamam a atenção: anualmente, ocorrem mais de 20 mil novos casos de câncer de boca e de face no país. As sequelas geram pacientes com severas desfigurações. A perda de porções da face, como os olhos, orelhas e nariz, é mais comum do que se pode imaginar e traz muitas dificuldades para uma vida normal. O convívio social, a empregabilidade e as funções básicas do dia a dia são profundamente afetados nessas condições, restringindo a qualidade de vida e, muitas vezes, gerando a perda da “identidade” dessas pessoas, que passam a viver à margem da sociedade.
E foi com a determinação de proporcionar vida nova a essas pessoas que, em 2015, foi criado o Instituto Mais Identidade. Sob a presidência do Prof. Dr. Luciano Dib, pesquisador no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Odontologia da Universidade Paulista – UNIP, o Instituto já realizou 30 cirurgias. O notório desempenho vem graças a uma metodologia internacionalmente reconhecida, que possibilita a escultura das próteses por meio de técnicas digitais de alta precisão.
O Instituto conta com um laboratório digital de última geração e clínica para atendimento – estruturados pela UNIP no campus Indianópolis, na cidade de São Paulo. Com a expertise de Luciano Dib e de sua equipe multidisciplinar associada à alta tecnologia em impressoras 3D, são esculpidas próteses a partir de modelos obtidos com fotografias digitais feitas com smartphones, possibilitando que pacientes possam ser atendidos em locais distantes da sede do Instituto, na capital paulista.
Essa vantagem de atuação a distância propiciou que até mesmo durante a pandemia da COVID-19 fossem atendidos 10 pacientes residentes em Natal, no Rio Grande do Norte.
“Após um ano de mentoria com executivos da AMBEV, receber esse prestigioso prêmio é o reconhecimento da nossa iniciativa. Ser premiado com o 1º lugar como Organização de Destaque do Ano reforça nossa capacitação para ampliar as ações na reabilitação maxilofacial. Este resultado só foi possível graças à dedicação de nossa equipe, ao apoio da Universidade Paulista e aos mentores da AMBEV. Seguiremos nossa vocação de resgatar identidades, proporcionando esperança, sonhos e uma vida melhor para quem mais necessita”, comemora o doutor.
Caso emblemático
Entre as várias histórias apresentadas, chama a atenção o caso de Denise Vicentin. Hoje com 55 anos, moradora de São Paulo, aos 22 foi diagnosticada com um adenoma pleomórfico, um tumor no palato. Dez anos depois, surgiu um novo tumor; mais dez anos, outro, trazendo-lhe, além da deformidade facial, problemas na visão. “Na casa de um paciente mutilado, a primeira coisa que retiramos são os espelhos. Além disso, nas ruas, ficava constrangida diante dos olhares das pessoas”, relata Denise.
Em 2017, Denise Vicentin foi apresentada ao Dr. Luciano Dib e teve, felizmente, sua autoestima devolvida graças aos procedimentos de reconstrução realizados. “O espelho voltou a ser um objeto que me encanta na minha casa.”
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