A questão da água, seja relacionada com desastres socioambientais, consequências do aquecimento global ou sua escassez, são mazelas da sociedade contemporânea, por isso, proponho a reflexão sobre o seu tema: “Segurança Hídrica para a Paz e o Desenvolvimento”.
Segundo o relatório da UNICEF e OMS (2019), uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável. Considero que a discussão e a necessidade de se achar soluções para a crise hídrica é tão importante quanto a soma de esforços para contermos a pandemia da covid-19. De acordo com o professor canadense, Howard S. Wheater, 80% da população mundial está exposta a uma grave crise se mostra no horizonte até 2070.
Para conseguirmos aplacar a severa crise hídrica, que tende a ficar insustentável nas próximas décadas, há a urgência de uma governança hídrica holística e em rede. Não há mais espaço para o negacionismo. Devemos promover o intercâmbio de tecnologias e financiamentos de projetos com países mais desenvolvidos no quesito hídrico. A Arábia Saudita, por exemplo, está no centro de soluções como a dessalinização de água marinha que, apesar do caro processo, ainda é apontado como uma solução futura.
Faço meu apelo para despertarmos enquanto indivíduos corresponsáveis pela crise hídrica e assumirmos o papel de protagonistas. Devemos facilitar o diálogo e a integração internacional, além de considerarmos as vulnerabilidades sociais para tornarmos o mundo mais resiliente perante a projeção de um cenário tão incerto e extremo relacionado a segurança hídrica mundial.
NORMAN ARRUDA FILHO é presidente do ISAE Escola de Negócios e membro do Comitê Brasileiro do Pacto Global das Nações Unidas.