Praça Memorial 17 de Julho é reformada com mais soluções arquitetônicas

A Subprefeitura de Santo Amaro concluiu a revitalização do espaço que homenageia as vítimas do voo da TAM ocorrido em 2007

O Memorial 17 de Julho, localizado na região da avenida Washington Luiz, na parte externa do aeroporto de Congonhas, passou por reforma e importantes mudanças estruturais, com o acompanhamento do arquiteto Marcus Cartum, autor original do projeto. O Grupo Sul News foi ao local e procurou a Subprefeitura de Santo Amaro para verificar as mudanças arquitetônicas e a revitalização da praça, que foram analisadas em conjunto pelo arquiteto e a equipe da Coordenação de Projetos e Obras da Subprefeitura.

Os trabalhos começaram a partir do espelho d’água, que tinha dificuldades de manutenção desde a implantação, pois dependia de bombas no local para circular a água, havendo riscos de possível água parada, que se tornam locais para criadouros de vetores. Assim, optou-se pelo aterramento do espelho d’água e criação de um jardim agregado às demais áreas verdes, com replantios, novas gramas e mudas na composição.

Esta intervenção tem mais significados, já que neste ponto havia uma única amoreira, símbolo da resiliência do Memorial, pois resistiu ao incêndio do acidente aéreo. Esta árvore acabou falecendo ao longo do tempo, porém deu dois frutos com duas novas árvores no mesmo local, e estas receberam luzes noturnas para expor as vivacidades da natureza.

Na sequência, os trabalhos se voltaram aos nomes dos homenageados. No projeto original, os 199 nomes das vítimas do acidente aéreo foram pintados diretamente na parede externa do espelho d’água, porém com o tempo estavam apagados, quase ilegíveis. A solução foi revestir a parede do antigo espelho d’água com chapa de aço Corten, que não precisa de pintura, com os nomes recortados na chapa.

O Memorial recebeu também melhorias na iluminação. As lâmpadas de piso, que representam à noite um céu estrelado, estavam sem funcionar devido ao vandalismo. Todas as 199 lâmpadas do piso foram substituídas por lâmpadas de led em recipientes blindados, inacessíveis e chumbados no piso de concreto. Os postes de iluminação receberam novas fontes e holofotes de LED, mais econômicos que os convencionais. Todo o sistema passou por revisão elétrica e substituição por novos eletrodutos, adicionando pinturas e nivelamentos aos postes.

Para os bancos na praça o trabalho foi de nivelamento, ergonomia e acabamento em granilite com assento e encosto levemente ondulado, buscando conforto do público visitante. As pedras dos muros estavam escuras devido à fuligem do ar na região, assim como o piso de concreto, e receberam um tratamento especial de limpeza com hidrojateamento e produtos específicos, revigorando a cor original. A pintura renovou a praça, utilizando tinta acrílica no piso e muretas em toda a área. No playground, os brinquedos passaram por cuidados e pintura com tinta esmalte para maior durabilidade.

O Memorial 17 de Julho passou por obras de janeiro a junho de 2024, com a coordenação da Subprefeitura Santo Amaro, secretarias e órgãos da Prefeitura de São Paulo, sempre buscando por melhorias consistentes e acabamentos completos. “Seguimos a proposta original do projeto pensando na funcionalidade com todas as empatias sociais, preservando a conscientização e as formas de homenagens aos familiares das vítimas do acidente aéreo e sendo um espaço de convivência para todos”, completa Thamyris Nagell, Subprefeita de Santo Amaro.

Segundo Sergio Luis Mattedi, pai de Lucas Palomino Mattedi, vítima do acidente:

“Primeiro, eu acho que o memorial pras famílias é muito importante, porque foi aqui que eles perderam a vida, mas eu acho que é importante pro Brasil, porque o Brasil não pode esquecer o que aconteceu aqui. Aqui morreram 199 pessoas graças à incompetência de uma empresa aérea, de várias empresas. Uma delas era a TAM, a Airbus e outras, e a gente não pode esquecer disso, porque esquecer significa não prestar atenção que isso pode voltar a acontecer, então é muito importante esse memorial pras famílias com certeza, mas também para que a história do que aconteceu aqui não se repita.”

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