Polícia encontra cemitério clandestino na Zona Sul

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No local, no distrito de Pedreira, foram encontrados cinco ossadas e dois corpos em avançado estado de putrefação enterrados em seis covas. A Polícia suspeita que as vítimas foram mortas por uma facção criminosa num “tribunal do crime”


Os policiais utilizaram cães farejadores para encontrar os corpos

Um cemitério clandestino localizado na Zona Sul foi descoberto pela Polícia Civil. A suspeita é que uma facção criminosa utilizava o local, no Jardim Santa Terezinha, em Pedreira, para julgar e matar suas vítimas, num ato conhecido como “Tribunal do Crime”.

De acordo com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), sete corpos e ossadas não identificadas foram encontradas num aterro perto da Estrada do Retiro. Os corpos e ossadas foram retirados por retroescavadeiras.  

“Nossa investigação localizou cinco ossadas e dois corpos em avançado estado de putrefação enterrados em seis covas. A principal linha da investigação é a de que as vítimas tenham sido mortas por uma facção num ‘tribunal do crime’. Depois os corpos foram enterrados de forma clandestina nesse local”, explicou o diretor da Divisão de Homicídios do DHPP, o delegado Marcelo Jacobucci.

As ossadas e cadáveres serão analisados pelo Instituto Médico Legal (IML), para identificar as vítimas e a causa das mortes. Também serão feitos exames de DNA para comparar com o material genético de parentes de pessoas desaparecidas na região.

Em uma das covas, por exemplo, os policiais encontraram o documento de um homem que está desaparecido desde 2012.

Foi através de um desaparecimento, aliás, que a Polícia encontrou o cemitério clandestino. Os agentes investigavam um jovem que está desaparecido há cinco meses quando acharam o local.

O caso foi registrado no 89º Departamento de Polícia Jardim Miriam como assassinatos e encontro de cadáveres, mas é investigado pelo DHPP.

TRIBUNAL DO CRIME

O termo “tribunal do crime” é usado para denominar o julgamento clandestino que facções criminosas fazem com pessoas que devem algum valor em dinheiro, quem consideram traidores (até membros das quadrilhas), inimigos, entre outras coisas.

As vítimas também podem ser estupradores ou assassinos. Quem comete crimes na região em que a quadrilha atua ou homens que espancam mulheres também são julgados, mas não com sentença de morte: com espancamento ou um membro quebrado.

Assim como em um tribunal legal, no tribunal do crime os réus tem o direito de se defenderem das acusações.

Um levantamento de 2017 revelou que a Polícia Civil investigava, na época, pelo menos 42 mortes suspeitas de terem acontecido em tribunais do crime no Estado de São Paulo. Na capital paulista foram registrados 3 casos com 7 mortes e 1 sobrevivente em 2 cemitérios clandestinos.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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