Pesquisas revelam desigualdades sofridas pelas mulheres na cidade de São Paulo

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As mulheres dedicam mais tempo no cuidado da casa e filhos, são maioria na educação, tem salário menor que dos homens e muitas sustentam a casa sozinhas


Apenas 37% das mulheres dividem os cuidados com os filhos de maneira igual com os pais das crianças. É o que revela a pesquisa “Viver Mulher em São Paulo”, da Rede Nossa São Paulo, que entrevistou 800 pessoas, 66% delas mulheres, com filhos.

Entre os pais entrevistados, 55% afirmam que a divisão de cuidados entre mãe e pai é igual. “Esse movimento é fruto de uma combinação de fatores. Acho que tem um movimento cultural, pois os homens têm assumido papeis que eram tradicionalmente das mulheres e vice-versa, tem o momento de crise, que chama as mulheres para o mercado de trabalho, tem mais oportunidades de empregos para mulheres… É um movimento de reflexão cultural e evolução sobre os preconceitos”, disse Jorge Abrahão, da Rede Nossa São Paulo.

Segundo a pesquisa, as mulheres dedicam 18% do seu tempo aos cuidados de pessoas ou com afazeres domésticos, enquanto os homens apenas 10% do tempo. E, apesar de tanta dedicação com filhos e casa, as mulheres ainda encontram tempo para estudar: a pesquisa “Viver Mulher em São Paulo” revela que as mulheres representam 60% do total de beneficiários na pós-graduação e nos programas de formação de professores.

Por consequência, toda essa estrutura afeta o salário feminino: em 2016, existia uma diferença de 24% entre o salário de homens e mulheres; enquanto eles recebiam cerca de R$ 2.306, elas ganhavam R$ 1.764. Em 2017, a diferença caiu para 15%, o que ainda assim afeta a vida de muita gente. Segundo o Banco Mundial, R$ 380 bilhões seriam adicionados ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, se homens e mulheres tivessem salários mais parecidos.

Outra pesquisa, esta da Fundação Seade, revela que, em São Paulo, 46% das mulheres que são as chefes de suas famílias não tem um companheiro que ajude nas despesas da casa. Além disso, 65% dessas chefes de família ainda criam e sustentam filho e netos menores de 18 anos, apesar de 53% delas não terem um emprego fixo.


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