Obstrução das carótidas provoca sequelas neurológicas graves

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Prevenção e diagnóstico precoce são essenciais para evitar complicações fatais

As carótidas são artérias essenciais que transportam sangue rico em oxigênio e nutrientes para o cérebro. Cada indivíduo possui duas carótidas, localizadas uma de cada lado na região anterior do pescoço. Além delas, existem as artérias vertebrais, que também contribuem para a irrigação cerebral pela parte posterior do pescoço. Na região intracraniana, todas essas artérias se conectam em uma rica rede de circulação colateral, garantindo um suprimento adequado para o cérebro. No entanto, um dos principais problemas que afetam as carótidas é o estreitamento do vaso, conhecido como estenose, frequentemente causado pela aterosclerose. Essa condição é caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes dos vasos, acompanhada de inflamação e calcificação.

Segundo o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACV-SP), Dr. Celso Ricardo Bregalda Neves, os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença aterosclerótica nas artérias carótidas incluem hipertensão arterial sistêmica, tabagismo, diabetes mellitus, níveis elevados de colesterol, obesidade, sedentarismo e histórico familiar.

O Dr. Neves explica que, na maioria dos casos, os pacientes não apresentam sintomas, uma vez que o fluxo sanguíneo diminuído na carótida estenosada é compensado pela outra carótida e/ou pelas artérias vertebrais. “É fundamental lembrar que o lado esquerdo do cérebro controla os movimentos e sensações do lado direito do corpo, e vice-versa. No entanto, o grande risco associado às placas localizadas na bifurcação carotídea não se resume apenas à redução do fluxo sanguíneo cerebral, mas também à possibilidade de que pequenos fragmentos de gordura ou coágulos possam se desprender e desta forma migrarem para os vasos do cérebro. Isso pode levar à perda de irrigação em áreas específicas, resultando na morte de neurônios e, consequentemente, em sequelas neurológicas”.

Diante desse cenário, o diagnóstico precoce de problemas nas carótidas é essencial para prevenir eventos neurológicos graves. Dr. Neves também enfatiza que pacientes que sofreram um AVC ou AIT não devem receber alta sem uma investigação adequada da causa e sem a implementação de um tratamento eficaz.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br 

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