Um dos grandes vilões na luta contra o COVID-19 é o pânico coletivo que ele tem gerado. Apesar dos especialistas alertarem que não é necessário ter pânico, não é da escolha racional do indivíduo comum tê-lo ou não. Na realidade, o pânico é contagioso tanto quanto qualquer vírus e isso pode acarretar em um grande problema social, promovendo violências generalizadas.
Quando um grupo é acometido pelo pânico, acaba por regredir a um estado mental mais infantilizado, gerando duas situações: a primeira, uma grande ansiedade e furor, a qual deixa atônito cada indivíduo do grupo; e a segunda, promove atitudes de violência generalizadas. Esses estados mentais levam a três consequências principais:
Primeiro, quem fica atônito tende à desistência. O que acarreta em um descuido com a própria prevenção do vírus. Quem desiste acredita que todos irão contrair o vírus e que pode ser o fim de tudo.
A segunda consequência é a reação de fuga. Os indivíduos acabam por abastecer suas casas com mantimentos. É verdade que o isolamento social é recomendado, mas o estoque pode gerar tanto violências, saques e furtos nos mercados, quanto deixar outras pessoas passando necessidades.
A terceira consequência é o enfrentamento, o indivíduo vai tentar enfrentar o que lhe dá medo, pois o medo do vírus é pior do que o próprio vírus. Isso também gera a não prevenção. O indivíduo no estado de enfrentamento fica tentado a ir em aglomerações para se sentir mais forte que o vírus, o que aumenta as chances de contágio e transmissão do vírus.
O que a população necessita neste momento é bom senso. Seguir os conselhos oficiais, fazer a sua parte na prevenção, pois, com certeza, os danos do novo coronavírus serão aplacados.
LEONARDO TORRES é professor e palestrante, doutorando em Comunicação e Pós-graduando em Psicologia Junguiana