O Caso Severina leva drama social ao Teatro Paulo Eiró

0
2
Trecho da peça O Caso Severina

Peça dá voz às vítimas de violência doméstica

Inspirado em fatos verídicos ocorridos no agreste pernambucano em 2011, O Caso Severina traz à cena a impactante trajetória de uma agricultora de 44 anos que mandou matar o próprio pai. A montagem, com texto de Alex Moletta e direção de Ednaldo Freire, segue em circulação pela cidade de São Paulo, com apresentações gratuitas entre os dias 19 a 22 de junho no Teatro Paulo Eiró.

O Caso Severina, que parte de um fato ocorrido em Caruaru, município de Pernambuco, tem no elenco os atores Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda e Luiã Borges. A peça narra um crime de parricídio que por si só já é trágico, porém mais fortes que o ato, precisam ser os motivos que levaram a ele.

Contemplada pela 19ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, a peça pretende dar voz às inúmeras mulheres vítimas da violência doméstica, que vivem situações similares sem encontrar forças para se libertar.

Para criar o texto, a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes realizou um extenso trabalho de pesquisa, que durou oito meses e utilizou tanto o material publicado pela mídia quanto os autos do processo, dentro de um projeto do grupo intitulado Do Fato ao Ato.

“Nosso projeto de pesquisa tem por objetivo transformar um fato social num ato teatral, sempre privilegiando os diversos pontos de vista dos personagens envolvidos na situação”, diz o diretor Ednaldo Freire. “Essa metodologia propõe colocar o ator como principal vetor e agente do ato, no sentido de que cada membro do grupo (ator/cidadão) é uma unidade social que vivencia e testemunha tais fatos em seu dia-a-dia”.

Por se tratar de um acontecimento real, o espetáculo mantém o caráter documental, expondo de forma épica, os dados fornecidos pela investigação jornalística, como datas, locais e tempo de ocorrência. Apesar do ator ser peça chave, o texto foi construído pelo dramaturgo do grupo, Alex Moletta, que acompanhou todo o processo de criação em sala de ensaios.

De acordo com Alex Moletta, o trabalho de construção da dramaturgia ficou mais focado no enredo e na estrutura narrativa, sendo que o maior desafio foi contar a história sem pré-julgar os personagens, além de ter um cuidado com a vítima, Severina, para não espetacularizar a violência.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.