Profissionais da coleta da Loga (Logística Ambiental de São Paulo) ressaltam os desafios e conquistas das mulheres neste importante serviço prestado a comunidade
No Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, além de celebrarmos a força, resiliência e conquistas das mulheres, devemos reconhecer a contribuição crucial delas para a proteção do meio ambiente, especialmente na área da coleta de resíduos. Longe dos holofotes, muitas dedicam-se à causa sustentável, participando de iniciativas de reciclagem, educação e conscientização ecológica.
Desempenham, assim, um papel vital na construção de um futuro mais limpo e sustentável para todos. As coletoras de resíduos, por exemplo, desafiam estereótipos de gênero, inspirando outras mulheres a seguirem carreiras não tradicionais, enquanto auxiliam no bem-estar da sociedade e qualidade ambiental urbana.
“O maior desafio enfrentado é o jeito que as pessoas olham para você. Sempre ficam perguntando ‘por que vocês trabalham assim? Procurem alguma coisa melhor’. Mas, as pessoas têm que entender que eu amo fazer esse trabalho e estou muito feliz”, comenta Tamires Lopes, uma das coletoras de resíduos que atua na Vila Dalva, mantendo as ruas da comunidade limpas.
Ela atua há quase um ano e meio como coletora da Loga, concessionária responsável pela coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos domiciliares e de saúde no Agrupamento Noroeste da capital paulista. Ao lado de uma colega de trabalho, ela inicia sua rotina diária às 8 horas e acredita fortemente na capacidade das mulheres em exercerem essa função. “Nós somos muito fortes, guerreiras. Eu amo o que faço, amo meu emprego e tiro o chapéu para todas nós da coleta”, ressalta.
Em meio aos desafios, há triunfos e conquistas. Essas mulheres encontram orgulho e propósito em seu trabalho, sendo agentes de mudança nas comunidades em que prestam serviço. Elas não apenas coletam resíduos, mas também são exemplos sobre a importância da reciclagem. Por isso, precisamos reconhecer o papel importante que elas desempenham na proteção do meio ambiente e na promoção da sustentabilidade.
A coletora da Loga Michelle dos Santos, que também presta serviço em uma comunidade, comenta que todos trabalham igualmente, independentemente do gênero. “Não é porque somos mulheres que não iremos conseguir. Ajudando uma à outra, dá tudo certo. Tem dias aqui na comunidade que retiram os homens para irem ajudar no caminhão de coleta e acabam ficando apenas mulheres, e nós nos garantimos! Fazemos o serviço normalmente. Se tiver algum saco de resíduo pesado, todas se juntam para colocar no carro. Então, não é porque somos mulheres que não conseguimos. Somos tão fortes quanto os homens”.
Além de reforçar a igualdade no ambiente de trabalho, Michelle faz um alerta sobre um desafio enfrentado na profissão, que é a coleta de resíduos perfurocortantes. Materiais como agulhas, seringas, cacos de vidro e espetos, quando descartados incorretamente, podem acabar ferindo os profissionais. Por isso, é importante acondicionar esses cortantes em caixas de papelão resistentes ou garrafas pet. Para o descarte, eles precisam estar lacrados com fita adesiva e devidamente sinalizados, a fim de evitar acidentes.
À medida que celebramos o Dia Internacional da Mulher, é crucial reconhecer e valorizar o trabalho feminino para promover a igualdade de oportunidades e garantir o respeito e a dignidade de todas as pessoas, independentemente do campo de atuação.
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