Grupo Baderna conta com três figuras femininas à frente dos projetos culturais que levam arte e poesia de diversas formas
Disseminar cultura na periferia é levar oportunidade de desenvolvimento para quem muitas vezes não consegue enxergar um futuro promissor. Leitura, poesia e conhecimento podem mudar isso, e esse é o papel do Grupo Baderna, produtora cultural e editora, que nasceu há 20 anos, na zona sul da cidade.
Liderado por três mulheres de uma mesma família, Carolina Peixoto, Eliana de Freitas e Pam Araújo, o grupo tem como missão promover o acesso à cultura, gerando conhecimento sobre nomes que fizeram história não só na periferia, mas também no cenário nacional.
Como a maior parte das mulheres no Brasil, elas enfrentam adversidades diárias, mas, por meio de letras, saraus e poesias, conseguem refletir sobre a necessidade de se impor e serem ouvidas. “Em 2012 nasci poeta e sigo aprendendo a ser poesia”, comenta Carolina, que atua na cena cultural desde 2012, com o coletivo Poetas Ambulantes, realizando apresentações, intervenções urbanas, oficinas e workshops. Ela é autora de livros infantis e juvenis.
“Sempre me perguntam se dou conta, quando, na verdade, já estou fazendo há anos”, desabafa Pam Araújo, escritora e produtora cultural, atuando na cena literária periférica há mais de 10 anos. Co-idealizadora da Slam das Minas SP e diretora de Produção do Baderna, Pam também idealizou a Mostra de Economia Criativa PerifaCria e realiza projetos voltados à literatura e cultura na periferia.
Para Eliana, o desafio de atuar como executiva aos 60 anos é maior do que atuar em ambientes masculinos nas décadas de 1980 e 1990. Com uma história rica na contabilidade, hotelaria e cultura, Eliana atua no Baderna junto aos filhos e nora, sendo autora de quatro livros.
O nome do Baderna Literária é inspirado em Marietta Baderna, bailarina italiana que, ao fundir o ballet com passos de danças populares brasileiras, encantou públicos de todas as classes sociais, sendo taxada de “baderneira” pelas elites. O mais recente sonho realizado pelo grupo foi a inauguração da biblioteca Dona Edite, no centro cultural Casa Baderna, com quase 2000 livros e funcionalidades de acessibilidade, conquistados por meio de um projeto contemplado pelo edital do Proac.
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