Mulher é morta a facadas na frente dos filhos, pelo ex-marido, na Zona Sul

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Thais Alves, 32 anos, foi morta no último sábado (18), no Jardim Ângela e o principal suspeito é o ex-marido, que não aceitava o fim da relação. Apesar do crime se enquadrar como feminicídio, o caso foi registrado como homicídio simples, o que contraria novo protocolo do Ministério da Justiça que padroniza a perícia e a investigação da violência contra a mulher


No último sábado (18), uma mulher de 32 anos foi morta no distrito do Jardim Ângela e a Polícia suspeita que o assassino seja seu ex-marido, que está foragido. Apesar do crime se enquadrar como feminicídio, o caso foi registrado como homicídio simples no 47º DP Capão Redondo.

Thais Alves foi morta a facadas na frente de dois dos três filhos que ela tinha com Odair Elias. O neto dele também presenciou o crime que aconteceu numa casa que ela morava com as crianças e com amigas, desde que se separou.

“Ela abriu o portão, ele chutou, ela caiu. Na hora que ela caiu, ele começou a esfaquear ela. Duas moças entraram em luta corporal com ele. Ele estava em fúria, enlouquecido”, disse uma parente de Thais sobre o assassinato.

A Justiça já havia determinado, através de uma medida protetiva, que Odair ficasse longe dela. Familiares contaram à Polícia que logo após se casarem, há 12 anos, ela já sofria agressões. “Há muito tempo atrás ele batia nela. Ele parou porque a família começou a cair em cima. Ela tentou separar várias vezes, essa não é a primeira”, disse a cunhada Liliane Miquelão.

A última separação do casal aconteceu há cinco meses e, por causa de Odair, Thais deixou o emprego numa loja no Aeroporto de Congonhas. “Ficava armando emboscada para ela no estacionamento do Aeroporto. Armava emboscada nos caminhos que ela vinha. Quando não era no ônibus, ficava seguindo ela com o carro. E isso foi se agravando até que chegou a tragédia que aconteceu”, disse a familiar.

Testemunhas afirmam que Odair mora na Zona Leste da capital e tem parentes no interior de São Paulo, em Minas Gerais e na Bahia.

Pelo telefone 181 é possível fazer denúncias, de forma anônima, sobre o paradeiro do criminoso.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

De janeiro a maio deste ano, 79 casos de feminicídio foram registrados no Estado de São Paulo. Um aumento de 7%, já que no mesmo período do ano passado foram registrados 74 casos. Em 2018, aconteceram 51 feminicídios no período.

No mês passado, o Ministério da Justiça criou protocolos para que as Polícias Civis e órgãos de perícia criminal padronizem as investigações e perícias de feminicídio.  

De acordo com o documento, que tem 75 artigos, os policiais devem avaliar, no local do crime, se o caso tem indícios de feminicídio, para então registrar a ocorrência. E mesmo se não houver tais indícios ou elementos que apontem uma motivação adequada, o crime deve ser registrado como feminicídio e a investigação é orientada como homicídio qualificado como feminicídio.

“Nós esperamos trazer uma nova perspectiva de prevenção, mas também de repressão à criminalidade contra a mulher”, disse André Luiz Mendonça, ministro da Justiça.

A ideia é que a adoção deste documento forneça dados mais íntegros sobre a violência contra a mulher no Brasil, para que as autoridades policiais adotem medidas uniformes de investigação, já que, hoje, cada Estado tem seu próprio protocolo para qualificar o crime de feminicídio.


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