Achar que é de exatas, mas ser de humanas; Trabalhar em multinacional e se aventurar como professor de musculação; Deixar de ser professora para dedica-se a brigadeiros artesanais; Ter a sensibilidade para trocar de profissão por amor são os grandes exemplos para te impulsionar a criar aquela coragem que falta dentro de você para se dedicar aquilo que realmente deseja!
Definir o que queremos fazer profissionalmente é decidir qual área de atuação quer se dedicar para gerar a tão sonhada independência financeira. Geralmente, é no período do Ensino Médio em que é o momento de definição do futuro para se alcançar diversos objetivos.
O processo de escolha de uma área profissional pode ter distintos critérios: o amor pela profissão ou atividade; o salário ofertado; o status que essa profissão fornece socialmente; um sonho de infância; entre outros.
Sonhar com uma carreira numa empresa multinacional é o primeiro passo de um sucesso financeiro na visão de muitas pessoas. O carioca Eduardo Manzolillo é um dos milhões de exemplos que fizeram faculdade almejando esse tipo de estabilidade de emprego. “Me formei em administração de empresas e fiz uma MBA na PUC Rio. Cheguei a trabalhar em banco antes de conseguir fazer parte da equipe financeira de uma empresa multinacional, especializado em serviços de ancoragem de Plataforma de Petróleo, que tinham várias empresas clientes, como a Shell e Petrobras”, explica Eduardo.
A entrada na multinacional abriu portas e fronteiras ao carioca. “Todo mundo deslumbra chegar num cargo de gerência e eu trabalhava para conquistar esse cargo”, diz complementando sobre suas conquistas pessoais ao conseguir chegar ao posto de Analista Financeiro.
Em outro exemplo de sonhos, encontramos a paulistana da região do Butantã, zona Oeste de São Paulo, Sonia Liamara, que cursou Biologia para seguir na área de domínio e aptidão. “Quando escolhi a área imaginava atuar com pesquisa ambiental de campo ou com docência”, explica Sonia e completa: “Atuei como professora particular; escritora em editora de material didático para ensino fundamental e também como revisora de conteúdo.”
Já a paulista de Itapevi-SP, Fernanda Souza sempre teve o grande interesse em ser policial, que aos olhos de uma criança são os ‘homens da lei’ e protegem a sociedade. “Sempre tive interesse por casos criminais, ciências policiais e segurança pública”, declarou Fernanda, que atuou como segurança de shopping após fazer o curso de Vigilante Patrimonial.
O repórter do Grupo Sul News, Matheus Laube, tinha muita facilidade na área de exatas desde o início da vida escolar, por este motivo, ao chegar no colegial o pensamento era de seguir a carreira através dos cálculos. “Amigos e familiares sempre perceberam essa minha facilidade com matemática e física. Por incentivo deles acabei ingressando na USP em Licenciatura em Matemática, após ter sido professor particular para alunos de ensino fundamental e médio”, relembra Matheus.
A sensação de ir se consolidando profissionalmente e academicamente serve com combustível para viver o dia a dia, interferindo no emocional e psicológico. Se estamos gostando do que estamos fazendo, com certeza isso motiva a trabalhar com amor. Mas e quando demoramos escolher o que queremos fazer? Ou o que acontece quando desiludimos de certa área e queremos mudar depois de adulto e/ou formado?
Mudar de área profissional depois de construir uma carreira é desafiador e pode ser assustador. Mudar de profissão? Mudar de área? Começar um projeto do zero depois de construir um ‘conforto financeiro’ exige muita coragem! O que vou pensar? Como as pessoas vão reagir?
A Fernanda teve a vida transformada através de um episódio triste familiar, mas que foi o estopim para que a área de segurança deixasse de ser o foco na vida adulta. “Meu pai sofreu um AVC hemorrágico aos 56 anos e foi submetido a uma cirurgia de craniotomia descompressiva [cirurgia voltada a reduzir a pressão intracraniana], onde ficou internado por 9 meses”, desabafa e explica: “Sem pensar duas vezes larguei o emprego e me dediquei a cuidar dele e da família. Nesse período de inseguranças e medos, pintou um interesse em aprender sobre os procedimentos e cuidados prestados pelo meu pai e outros pacientes. Pedi autorização do Hospital para trocar a cama, as fraldas, aferir sinais vitais e fui acolhida juntamente com meu pai por toda equipe de enfermagem, cirando ali um sentimento de amor sincero pela profissão.”
Fernanda revela que escolheu a área de segurança pela razão e agora está trilhando sua vida na enfermagem pela emoção! Matheus Laube também teve esse mesmo pensamento e deixou a vida de exatas de lado para fazer o que ama. “Sempre amei escrever. Na escola escrevia diários, pensamentos, poemas e gostava de escrever sobre garotas que admirava [risos], mas sempre tive vergonha de que lessem e sempre jogava fora”, confessando que nunca se autoanalisou como alguém de humanas. “Nisso eu acabei abandonando a USP. Fui taxado de louco e visto como alguém que jogou uma vida feita no lixo. Entrei numa melancólica depressão depois. Até que, de maneira inesperada e sem querer, acabei sendo um colaborador por 2 anos na redação de um site de temática nerd focado em cultura japonesa. Isso transformou a minha vida, rotina e a forma de me autoavaliar relembrando dos tempos que amava escrever. Percebi que eu tinha uma paixão pela escrita muito maior do que por cálculos ou uma sala de aula”, conta hoje o repórter do jornal de bairro mais antigo em circulação em São Paulo (vulgo Gazeta de Santo Amaro).
A professora Sonia também embarcou numa mudança radical em sua vida, devido as adversidades do cotidiano, como o desrespeito. “Ser mulher já é desafiador, mas o “ser mãe” que mais me fez lutar contra comentários e atitudes desrespeitosas. Após minha filha, ainda bebê, sair de uma internação na UTI, eu estava em um momento de fragilidade e o psicológico extremamente sensibilizado. Eu senti e vi os desrespeitos, mas já nem tinha forças para me posicionar de modo a impor um respeito no diálogo e ambiente”, revela Sonia.
A mesma rotina em todos os dias por anos pode acarretar em criar uma zona de conforto e, com isso, transformar as emoções e sentimentos diários em uma grande e cansativa rotina, como foi o caso do Eduardo após quase 9 anos de empresa. “Já estava me sentindo desmotivado após não ter perspectiva de alguma promoção de cargo. Com a crise do petróleo, a empresa acabou fazendo cortes e eu fui um dos que foram desligados da empresa”, detalha alegando que não houve depressão. “Foi um alivio na verdade! Sempre penso positivo, claro que veio as inseguranças do futuro.”
Eduardo começou a praticar jiu-jitsu aos 12 anos e musculação aos 14 e sempre se mostrou apaixonado pelas atividades físicas, mas revelou que em determinados períodos foi muito difícil conseguir tempo para as duas atividades, juntamente com trabalho e faculdade. “Eu já dava aula de jiu-jitsu para criança e era treinador de boxe, atividades que eu poderia exercer sem o curso de educação física. Acredito que a gente atrai aquilo que faz. Acabei aproveitando a saída na empresa para voltar nas atividades físicas e até entrei para a graduação em Educação Física. Onde hoje faço parte da Comissão Atlética Brasileira de MMA, mudei o meu corpo e me reinventei com a nova profissão!”
Talvez o que seja mais difícil para uma mudança de vida seja, de fato, dar o primeiro passo, pois pode parecer bobo, mas sabe quando achamos que não conseguiremos nos adaptar, ou quando achamos que não somos feitos para algo que gostaríamos? Pois bem, a mudança traz sensação de bem-estar e até mesmo reconciliação consigo mesmo! “Fiquei desempregada e busquei uma vaga que não tinha relação com minha formação. Acabei sendo afastada no novo trabalho e nesse meio tempo acabei fazendo brigadeiros caseiros como forma de ocupar minha mente. E foi um hobby tão legal que a produção artesanal passou a fazer muito sentido na minha vida, com minha história, me traz muita realização e aquece o meu coração”, disse Sonia, incentivando você a também ir atrás do seu hobby, caso tenha um e tenha medo.
E os brigadeiros começaram como uma brincadeira no Parque do bairro durante a Páscoa. “Em uma brincadeira com as crianças de ‘caça aos ovos’ acabei tendo as primeiras emoções de trabalhar com alimentos, alimentando também a criação da minha marca, a LiamaraDoces, onde descobri o quanto é gratificante montar as caixas de presentes das encomendas dos meus brigadeiros especiais”, disse Sonia, confessando que também foi uma mudança ‘inesperada’ e que veio para ficar.
Já para o nosso repórter, Matheus conta que as repercussões de suas escritas são as memórias que mais o sensibilizam e o motiva de continuar no jornalismo. “Lembro que o rapper Rashid elogiou e compartilhou um post meu no Twitter. Eu já estava sem palavras e feliz, quando na mesma semana o encontrei pessoalmente durante um evento e o abracei agradecendo. Eu até chorei depois de tanta emoção”, relembra sobre as pequenas felicidades que dão uma injeção na autoestima. “São esses pequenos detalhes que fazem a gente se apaixonarem ou não pela profissão. Por isso acho errado julgar alguém que não sabe o que quer no colegial. Ainda é muito cedo para descobrir o que ama de verdade!” completa.
Fernanda conta que depois resolver se aventurar na graduação em enfermagem para seguir seu novo sonho gerado através de seu carinho e amor pelo pai foi determinante para seu futuro. “Tinha a convicção de que cuidar de pessoas, salvar vidas, de ser importante para a recuperação de alguém e tornar todo o processo de cura do paciente e seus familiares mais leve, através do amor e dedicação, eram exatamente aquilo que eu iria amar fazer durante minha vida!”.
O reconhecimento pela coragem de mudar e fazer sucesso naquela mudança escolhida por Eduardo pode ser notada e torna o caminho pela mudança ainda mais prazeroso. “Muitas pessoas viram como loucura eu trocar o escritório dedicado há anos para um projeto do zero. Recebi muitas palavras de apoio e recebo um feedback de pessoas próximas que passaram a me admirar por mudar e recomeçar”, finaliza.
Sejam por mudanças inesperadas ou por a vida ter feito mudar, mudar de hábitos, costumes e de profissão pode ser assustador quando se pensa, mas que pode render grandes histórias e sentimentos inigualáveis. “Estou há 1 ano na Gazeta de Santo Amaro. O Matheus de exatas, que queria trabalhar sem ter relações com pessoas deu espaço para um Matheus jornalista super comunicativo, curioso e que se tornou um grande admirador de boas histórias”.
Já dizia a música do lendário cantor brasileiro Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo!”. Não tenha medo, se você possui um sonho, um desejo, uma vontade, não deixe que comentários de pessoas, sejam familiares, amigos ou de quem desconheça sua história, interferir na sua garra. Mudar faz bem pro cérebro, corpo, alma e coração! Em todos os casos, os entrevistados revelaram o quanto mudaram seus hábitos diários, emoções e disposições para as tarefas diárias, mudando também as emoções diárias nas novas rotinas, sempre positivamente! Aproveite os exemplos para criar a sua própria “história inesperada!”
SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br
Matéria excelente ✨✨✨