Semana Mundial de Alergia lembra que o clima também impacta nos quadros de alergias
O inverno de 2024, aqui na capital paulista, está sendo um pouco diferente do comum. As temperaturas estão acima da média, o que pode ser algo bem agradável para algumas pessoas. No entanto, essas temperaturas elevadas ajudam a aumentar a amplitude térmica e a acentuar a baixa umidade do ar, deixando esse clima seco e empoeirado, que pode prejudicar a saúde da população.
Esse é um dos lembretes que traz a Semana Mundial de Alergia, que é celebrada de 23 a 29 de junho e busca compartilhar conhecimentos e alertar a população sobre como lidar com as alergias, principalmente em período em que as doenças tendem a aparecer com maior frequência.
“As mudanças climáticas aumentam a quantidade de poluentes e poeira no ar, irritando as vias aéreas e desencadeando alergias”, explica a médica alergista Maria Elisa Bertocco, do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), um dos principais centros públicos de referência no tratamento e pesquisa de alergias no país.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que aproximadamente 35% da população mundial sofrem de doenças alérgicas respiratórias, como rinite, asma ou sinusites. As alergias ocorrem quando o sistema imunológico reage de forma exagerada ao contato com algumas substâncias. Poeira, ácaros, fungos, pólen, poluição e pelos de animais estão entre os alérgenos mais comuns.
No Brasil, os tipos de alergia respiratória mais comuns são a rinite alérgica, que acomete o nariz, e a asma alérgica, que ataca o sistema respiratório, em especial, os brônquios. De acordo com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), 30% da população brasileira sofre com esse tipo de rinite, que tem como principais sintomas os espirros frequentes, coceira no nariz, nos olhos e garganta, nariz entupido, coriza clara e olhos lacrimejantes. Já a asma alérgica pode causar falta de ar, chiado no peito e dificuldade para respirar.
A médica lista algumas orientações podem ajudar a evitar as crises alérgicas respiratórias:
- Mantenha-se bem hidratado
- Mantenha os ambientes limpos. Utilize um pano úmido para ajudar na limpeza e assim minimizar a presença de poeira e ácaros no ambiente
- Lavar os agasalhos e cobertas que estavam guardados antes de utilizá-los
- Ventilar a casa e os locais fechados diariamente
- Deixar água em vasilhas ou baldes nos ambientes em caso de baixa umidade do ar
Mais rara, a dermatite atópica também pode se manifestar com as mudanças climáticas e tende a piorar em climas secos e frios por causa da baixa umidade do ar, banhos mais quentes e baixa hidratação da pele. Entre seus sintomas estão a pele seca, coceira intensa, manchas avermelhadas e até espessamento devido à coceira intensa.
As doenças alérgicas são bem irritantes, podem prejudicar a qualidade de vida do indivíduo e não tem cura, mas é possível controlá-las. Dra. Bertocco aproveita a oportunidade para lembrar que “As doenças devem ser diagnosticadas apenas por um profissional médico, que também deve fazer a indicação do tratamento mais adequado. Geralmente inclui uma combinação de medidas preventivas e medicamentos que ajudam a controlar os sintomas de cada uma das condições”.
SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br