Mortes no frio: dicas práticas para evitar riscos à saúde no inverno

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Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Com mínimas previstas de até 6 °C, a frente fria acende alerta para doenças respiratórias, hipotermia e riscos à vida

Uma forte frente fria avançou sobre o território brasileiro, trazendo temperaturas mínimas que podem atingir 6 °C em cidades do Oeste Paulista, segundo alerta da Defesa Civil. O fenômeno, provocado por uma massa de ar polar, deve se espalhar por regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Sul, afetando milhões de brasileiros. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também emitiu avisos para áreas de declínio acentuado de temperatura, o que aumenta a preocupação com os impactos na saúde pública, especialmente entre populações mais vulneráveis e em situação de rua.

O frio intenso não apenas causa desconforto, mas também está associado a um aumento significativo de doenças respiratórias, como gripes, resfriados, bronquites e pneumonias, além de agravar condições cardiovasculares. Dados indicam que, entre 1997 e 2018, o Brasil registrou mais de 113 mil mortes atribuídas ao frio, representando cerca de 4,1% das mortes notificadas em 18 cidades durante esse período.

De acordo com o  Dr. Marcelo Augusto Okamura, diretor de Growth Emergency do Grupo MED+, o corpo humano sofre alterações significativas diante de variações bruscas de temperatura, e o frio extremo exige atenção redobrada. “A exposição prolongada ao frio intenso compromete os mecanismos de termorregulação do organismo, podendo levar à hipotermia, que ocorre quando a temperatura corporal central cai abaixo de 35 °C. Esse estado afeta o metabolismo celular, reduz a perfusão sanguínea periférica e pode comprometer funções neurológicas e cardíacas”, alerta. O doutor ainda explica que o ar frio e seco atua como fator irritativo para as vias aéreas, desencadeando ou agravando doenças respiratórias como asma, bronquite crônica e DPOC.

Para ele, a prevenção é o melhor caminho, principalmente em momentos de queda repentina nos termômetros. Além dos problemas clínicos, o frio também pode gerar comportamentos de risco, como o uso inadequado de equipamentos de aquecimento em ambientes fechados. Fogareiros, lareiras e aquecedores sem ventilação adequada podem provocar intoxicação por monóxido de carbono, um gás inodoro e letal. A recomendação é utilizar cobertores, vestir-se em camadas, com o uso de luvas, meias e gorros, e manter os ambientes bem ventilados. “A baixa umidade do ar também favorece infecções respiratórias, sendo importante manter a hidratação constante, cuidar da alimentação e evitar aglomerações em locais fechados”, explica Okamura.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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