Bairros nobres registram taxas muito baixas de meninas com menos de 19 anos que tem filhos. Felizmente, bairros periféricos da Zona Sul, como Grajaú e Marsilac, diminuíram suas taxas de gravidez na adolescência entre 2019 e 2020
De acordo com o Mapa da Desigualdade 2020, produzido pela Rede Nossa São Paulo, bairros como Moema, Itaim Bibi, Santo Amaro e Vila Mariana tem índices muito menores do que bairros da periferia quando os temas são gravidez na adolescência e mortalidade materna e infantil.
Ao tratar de gravidez na adolescência, o Mapa leva em conta a “proporção (%) de nascidos vivos cujas mães tinham 19 anos ou menos, em relação ao total de nascidos vivos, por distrito”. Entre os distritos com menos casos estão: Moema (0,8%), Itaim Bibi (0,8%), Santo Amaro (1,3%) e Vila Mariana (1,7%). Já os distritos também da Zona Sul, mas no ranking dos 10 bairros com mais casos estão: Jardim Ângela (13,1%), Marsilac (13,3%) e Parelheiros (13,7%).
Comparando o Mapa da Desigualdade 2020 com o Mapa da Desigualdade 2019, é possível ver que os índices de gravidez na adolescência diminuíram na periferia da Zona Sul: no ano passado, o Grajaú registrava taxa de 13,57% e agora registra 12,4%; o Jardim Ângela registrava 14,15%, e agora tem 13,1%; Parelheiros tinha taxa de 16,53% e agora registra 13,7%; e Marsilac, que registrava 18,85%, agora marca 13,3%.
Sobre mortalidade materna, Itaim Bibi e Marsilac são os únicos bairros da Zona Sul que aparecem no ranking dos 10 bairros com menos casos: as duas regiões registraram 0% de casos de “óbitos femininos por causas maternas, para cada cem mil crianças nascidas vivas de mães residentes no distrito”. O único distrito da Zona Sul que aparece na lista dos 10 bairros com mais casos de mães que morreram no parto é o Capão Redondo, com taxa de 124,4%, sendo que a média da capital paulista é de 60,2%.
Em relação a mortalidade infantil, quatro bairros da Zona Sul registram taxas baixas: Marsilac (0%), Moema (2,5%), Itaim Bibi (3,9%) e Vila Mariana (5,7%). Apenas o distrito da Capela do Socorro representa a Zona Sul no ranking dos 10 bairros com as maiores taxas na “proporção de óbitos de crianças menores de um ano, para cada mil crianças nascidas vivas de mães residentes no distrito”.
Para a Rede Nossa São Paulo, as desigualdades “perpetuam ciclos viciosos de estagnação social e acesso a direitos básicos, como educação e saúde de qualidade; direito à moradia, ao trabalho, à cultura; direito a ter boas condições de mobilidade e segurança; direito a um meio ambiente saudável e a uma infância feliz”.
De acordo com o projeto Primeira Infância Primeiro, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, a cada 10 bebês com menos de um ano que morrem, seis mortes podem ser evitadas com “ações mais eficientes de assistência a gestantes e ao recém-nascido”: melhores condições de parto, diagnósticos e tratamentos mais precisos ou ações de promoção da saúde.
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