Maioria dos bairros da Zona Sul têm falta de equipamentos culturais públicos, revela mapa

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A desigualdade, na área cultural da cidade de São Paulo, se torna quase uma igualdade já que bairros centrais e nobres, como Campo Belo e Moema, e periféricos, como Marsilac e Campo Limpo, registram taxas muito baixas ou iguais a 0% no quesito cultura


A maioria dos bairros da Zona Sul não têm equipamentos públicos de cultura. Essa é a resolução do Mapa da Desigualdade 2020, feito pela Rede Nossa São Paulo.

Na Zona Sul, faltam: Centros culturais, casas e espaços de cultura; Museus; Salas de show e concerto; Cinemas; Teatros; Acervo de livros para adultos; Acervo de livros infanto-juvenis e Ocupações Culturais.

A desigualdade, na área cultural da cidade de São Paulo, se torna quase uma igualdade já que bairros centrais e nobres, como Campo Belo e Moema, e periféricos, como Marsilac e Campo Limpo, registram taxas muito baixas ou iguais a 0% no quesito cultura.

“É uma questão bastante grave porque o acesso à cultura abre espaço para outras coisas como a própria discussão sobre política e o acesso à participação da vida social, seja da sua comunidade, seja da sua cidade como um todo”, afirma a porta-voz da Rede Nossa SP, Carolina Laterza.

Um relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do final de 2019, mostra que o acesso à cultura e ao lazer é desigual em todo o país, inclusive entre quem trabalha no setor cultural. De 2014 a 2018, caiu de 45% para 34% o número de trabalhadores culturais com carteira assinada, sendo que a informalidade cresceu quase na mesma medida.

Além disso, a população negra é a mais prejudicada com a falta de acesso à cultura: 44% das pessoas pretas e pardas vivem em cidades sem cinemas e 37% em cidades sem museus. “A população de baixa renda, população jovem, pessoas negras, de uma forma geral pessoas que residem em locais menos privilegiados”, disse Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE.

“A oferta de espaços culturais é essencial para o desenvolvimento da sociedade. Eles têm o papel de favorecer a inclusão social, atividades não-comerciais, lúdicas, de circulação de bens simbólicos e oportunidades para artistas apresentarem seus trabalhos de forma digna, em espaços adequados à construção do diálogo”, conclui o Mapa da Desigualdade.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

1 COMENTÁRIO

  1. Pertinente reportagem, a respeito desse tema.

    Destaco a antiga estação ferroviária Cidade Dutra, situada a poucos metrôs do Setor G, do Autódromo de Interlagos, ao lado da Estação Autódromo da CPTM, que poderia ser recuperada, para por exemplo, “abrigar” um pequeno museu e ou espaço cultural, mas que, infelizmente, segue “guardada pela própria sorte”…

    (http://www.estacoesferroviarias.com.br/c/cidadedutra.html)

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