Linha 17-Ouro completa 10 anos de atraso e tem trechos com vegetação

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Foto Folhapress

Monotrilho foi prometido para a Copa do Mundo no Brasil; obra passou por desistência de fornecedores, problemas jurídicos


A promessa era que as obras seriam mais rápidas, em comparação a uma linha convencional de metrô, e em três anos a linha 17-ouro do monotrilho estaria pronta para a Copa do Mundo de 2014, ligando o aeroporto de Congonhas ao estádio do Morumbi. Neste ano, completa-se uma década de atrasos na previsão de entrega.

Hoje o trilho suspenso da linha 17 está atravessado por árvores que cresceram acima da sua altura, ao longo da avenida Roberto Marinho, na zona sul da capital. O aspecto é de obras abandonadas —e elas já foram paralisadas diversas vezes—, mas o governo estadual ressalta que elas estão em andamento, principalmente nas áreas internas de estações e no pátio de trens.

Rompimento de contrato por fornecedores, construtoras envolvidas no escândalo da Lava Jato, questionamentos jurídicos, pandemia de Covid-19: uma série de dificuldades contribuiu para que o atraso fosse tão grande.

No caso da linha 17-ouro, uma das principais dificuldades foi a desistência da fornecedora de trens, a empresa malasiana Scomi, em 2019. O trilho havia sido projetado especificamente para o trem da empresa –o formato é diferente da linha 15, por exemplo– e não havia uma alternativa à disposição.

A gestão João Doria (à época no PSDB) assinou um contrato com a fabricante chinesa BYD para que ela desenvolvesse um modelo de trem. A intenção era entregar a linha até o fim de 2022. O impacto nas cadeias de fornecimento no mundo todo pela pandemia de Covid-19 atrasou a entrega.

Além disso, o Consórcio Monotrilho Integração, liderado pela Andrade Gutierrez, foi retirado da obra por não cumprir o cronograma e multado em R$ 88 milhões.

No ano passado, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) rompeu unilateralmente o contrato com o segundo consórcio, o Monotrilho Ouro. As obras estavam paralisadas.

Quando houver a inauguração da linha 17, agora prevista para 2026, a perspectiva é de que o funcionamento nos primeiros meses seja de longos e imprevisíveis testes. Será necessário realizar uma série de etapas de homologação e operação assistida antes que o monotrilho funcione plenamente.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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