“Julho Amarelo” acende alerta sobre hepatites virais no Brasil

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Crédito: Freepik

Médico infectologista destaca a baixa visibilidade do tema e diagnóstico precoce como algo primordial para a efetividade do tratamento

O mês de julho é marcado por campanhas importantes de saúde pública, e uma das mais relevantes é a conscientização sobre as hepatites virais, grupo de doenças com origem multifatorial que variam entre os tipos A, B e C, mas também existem as hepatites D (ou Delta) e a E,  mais autolimitada e de curta duração. Essas doenças podem variar em gravidade, desde infecções leves e passageiras até quadros mais sérios que podem levar a cirrose e câncer de fígado.

Segundo o médico Rafael Nogueira, infectologista da rede Kora Saúde, o tema impacta toda saúde pública por afetar de crianças a adultos, podendo levar a necessidade de transplantes em quadros mais graves. Em 2024, mais de 28 mil novos casos de hepatite – A (7,3%), B (35,4%) e C ( 56,7%) – foram diagnosticados no Brasil com altas taxas de óbito. Desde janeiro de 2025, o Brasil conta com plano alinhado à OMS para atingir 90% de tratamento da doença e redução da mortalidade em 65% até 2030.

O grupo das principais hepatites virais no Brasil conta com a hepatite A. “Esse tipo é mais comum em crianças e o contágio está associado a ingestão de água ou alimentos contaminados com coliformes fecais. Em adultos há a possibilidade de contaminação sexual”, destaca o médico. Apesar da forma aguda e autolimitada, sem evoluir para cronicidade, em adultos a doença pode levar a quadros mais graves com sintomas como febre, cansaço, icterícia, náuseas e urina escura.

Quanto às hepatites B e C, o especialista alerta para o aspecto da cronicidade da doença: “uma vez contraído, o paciente irá lidar para o resto da vida com a doença, por isso a necessidade de valorização da prevenção. Em ambos os casos, o contágio ocorre principalmente por via sexual e por uso de instrumentos perfurocortantes contaminados”, declara. Ainda, é possível haver transmissão vertical – de mãe para filho em gestações com baixo acompanhamento. Nos quadros de hepatite B há o alerta para a incidência de câncer no fígado e nos quadros de hepatite C, de cirrose.

Para atingir às metas da Organização Mundial da Saúde, medidas de prevenção e vacinação são urgentes. “É importante lembrar que essas doenças podem ser identificadas por testes rápidos distribuídos tanto na rede pública quanto na privada. Não podemos tirar o foco das hepatites, apesar de ouvirmos falar menos sobre elas, é um conjunto que segue tendo grande impacto na saúde pública em geral”, finaliza.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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