Janeiro Verde: queda na vacinação contra HPV coloca mulheres e homens em risco de câncer prevenível

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Créditos: Freepik

Campanha nacional busca conscientizar população sobre importância da prevenção ao vírus

O mês de janeiro, dedicado à conscientização sobre o câncer de colo de útero, evidencia um grave problema de saúde pública: a queda na vacinação contra o HPV. Apesar de ser a principal estratégia para prevenir tipos de câncer relacionados ao vírus, como os de colo de útero, ânus e pênis, a cobertura vacinal segue abaixo do nível ideal.

Desde 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente a vacina contra o HPV para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Contudo, os números mostram um cenário preocupante. Em 2022, segundo relatórios divulgados pelo Ministério da Saúde, apenas 52,26% dos meninos e 75,91% das meninas na idade alvo receberam uma dose da vacina.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o HPV é responsável por cerca de 99% dos casos de câncer de colo de útero, que devem somar 17 mil novos diagnósticos no Brasil em 2025. “É um tumor altamente prevenível, mas que continua sendo uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres brasileiras”, alerta a oncologista Andreia Melo, líder da especialidade tumores ginecológicos da Oncoclínicas.

A falta de vacinação também impacta os homens. Estudos mostram que, nos Estados Unidos, o HPV é a causa de 70% dos cânceres de orofaringe e 90% dos de ânus, ambos em crescimento no mundo. O foco em vacinar meninos também protege indiretamente as mulheres, reduzindo a circulação do vírus. Essa abordagem já mostrou resultados em países que ampliaram a vacinação para ambos os sexos.

Em 2023, o Brasil registrou a aplicação de mais de 6,1 milhões de doses da vacina contra o HPV, o maior número desde 2018, quando foram administradas 5,1 milhões de doses. Esse aumento representa um crescimento de 42% em relação a 2022, quando pouco mais de 4 milhões de doses foram aplicadas.

Em 2024, o país adotou o esquema de dose única para a vacina contra o HPV, com base em evidências científicas que comprovam sua eficácia equivalente ao esquema anterior de duas doses. A mudança tem o objetivo de ampliar a adesão à vacinação, especialmente em regiões com dificuldades de acesso aos postos de saúde, e segue as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Além disso, dados do Ministério da Saúde indicam que o Brasil está próximo de alcançar a meta de vacinação contra o HPV, que é imunizar 90% do público-alvo, composto por meninas e meninos de 9 a 14 anos. Em 2023, quase 85% desse público já havia sido imunizado, e a cobertura entre adolescentes de 14 anos ultrapassou os 96%.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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