Insuficiência cardíaca cresce no Brasil e acende alerta nacional para cuidados com o coração

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Crédito: Freepik

Envelhecimento, obesidade e doenças crônicas são causas ligadas ao aumento de casos silenciosos no país

No dia 9 de julho é celebrado o Dia Nacional de Alerta à Insuficiência Cardíaca, uma data criada para ampliar a conscientização sobre uma das doenças cardiovasculares que mais crescem no Brasil. Estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros convivam com a condição, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), sendo essa a principal causa de hospitalizações por doenças cardíacas no Sistema Único de Saúde (SUS). A doença, caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue de forma eficiente, afeta principalmente pessoas acima dos 60 anos, mas também tem avançado entre pessoas mais jovens.

De acordo com Marcelo Montera, cardiologista e coordenador do Programa de Insuficiência Cardíaca do Hospital Pró-Cardíaco, da Rede Américas, esse crescimento está diretamente relacionado ao envelhecimento da população e ao aumento de doenças crônicas. “Estamos diante de uma população que está adoecendo em ritmo acelerado. O envelhecimento, aliado à epidemia de obesidade e ao aumento de doenças como hipertensão, diabetes e colesterol alto, tem alimentado silenciosamente uma crise de insuficiência cardíaca no país”, alerta o especialista.

O cardiologista Gustavo Duque, observa a mesma tendência: “Com melhores condições de saúde, moradia e tratamento, a população brasileira tem envelhecido e, com isso, os casos de insuficiência cardíaca. Projeta-se um aumento de cerca de 25% nos casos nos próximos cinco anos”, afirma.

Hábitos como sedentarismo, alimentação desequilibrada, excesso de estresse e sono irregular favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares que, isoladamente ou combinadas, levam ao enfraquecimento do coração. Mesmo com o avanço da medicina, a insuficiência cardíaca ainda é amplamente subdiagnosticada. Isso ocorre porque seus sinais iniciais – como cansaço aos esforços, falta de ar e inchaço nas pernas – são muitas vezes confundidos com o cansaço da rotina, envelhecimento ou outras condições menores. “O diagnóstico precoce é fundamental para melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida dos pacientes, e, felizmente, hoje temos medicamentos modernos que reduzem em até 30% as internações e trazem ganhos reais ao bem-estar”, explica Montera. “Além disso, pacientes que antes morreriam em decorrência de infartos hoje sobrevivem, mas com o coração enfraquecido, o que também contribui para o aumento dos casos,” complementa Duque.


SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br

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