Muitos professores entraram em greve contra a Reforma da Previdência municipal. Além da greve, muro de escola cai no primeiro dia de aula em Interlagos
No dia 4 de fevereiro, muitos alunos da rede pública municipal que chegaram para o primeiro dia de aula deram com a cara na porta: as escolas estavam fechadas porque muitos professores entraram em greve, junto com outros servidores públicos, contra a Reforma da Previdência municipal.
Na região de Interlagos, muitas escolas ficaram fechadas, como a EMEF. Manoel de Abreu, no Jardim Três Corações; a EMEI CEU Navegantes, no Parque Res. Cocaia; o CEU Três Lagos, no Jardim Belcito e a Escola Municipal Miguel Vieira Ferreira, na Cidade Dutra.
Muitos pais ficaram sem saber onde deixar as crianças enquanto estavam no trabalho, alguns apoiavam a greve e outros criticaram. Nas redes sociais, o debate foi intenso. Uma professora defendeu o movimento: “Antes de sermos professores, somos mães e pais, pagamos impostos como todos. Imagine seu salário diminuir 48% de um mês para o outro? Temos sim que reivindicar pois daqui a pouco estaremos pagando para trabalhar”, disse em uma rede social.
A Reforma da Previdência na cidade de São Paulo foi aprovada em dezembro do ano passado e muda o valor da contribuição dos funcionários públicos de 11% para 14%, criando o Sampaprev, um sistema previdenciário para novos servidores.
Segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de SP (SINPEEM), a greve reivindica a “revogação da Lei nº 17.020/2018, que retira direitos dos trabalhadores; valorização dos servidores públicos e serviços públicos; revisão geral salarial de 10% para os servidores ativos, aposentados e pensionistas e nenhum confisco”.
A Prefeitura de São Paulo informou que “a greve dos servidores municipais, deflagrada na segunda-feira (4/02), manteve-se na quinta-feira (7/02), concentrando-se basicamente na área da educação. Das 3,5 mil unidades existentes, 252 estiveram totalmente paralisadas. No primeiro dia de greve foram 744 unidades sem aulas. Em outras áreas da administração, ocorreram paralisações pontuais que não chegaram a 2% das unidades e serviços. Com o objetivo de evitar mais prejuízos aos alunos da rede pública, o prefeito Bruno Covas determinou ao secretário municipal de Educação, que sejam tomadas todas as medidas necessárias, inclusive a contratação de professores temporários”.