Falta de acompanhamento oftalmológico de adolescentes e jovens contribui para doenças oculares irreversíveis

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Créditos: Freepik

Baixa procura por oftalmologista, aliada às enfermidades silenciosas, facilita o surgimento de problemas ópticos que, quando não detectados previamente, podem levar à cegueira

É muito comum que crianças em idade de alfabetização sejam submetidas a teste de visão para verificar como anda a saúde ocular. Geralmente, na própria escola os professores percebem os primeiros sinais e fazem a recomendação de que se procure um médico. No entanto, conforme as crianças vão crescendo, vai se perdendo um pouco deste rastreio. “Após a infância, os pais tendem a levar poucas vezes os filhos a uma consulta com um oftalmologista, o que facilita a propagação de doenças silenciosas, podendo causar danos irreversíveis à visão”, diz o Dr. Fernando Ramalho, especialista em cirurgia refrativa no Oftalmos – Hospital de Olhos, em Santa Catarina.

O Dr. Fernando lista algumas doenças silenciosas que podem ocasionar problemas graves de visão:

Glaucoma: Na maioria dos casos o glaucoma surge devido ao aumento da pressão intraocular. Essa alteração lesiona o nervo óptico, levando à perda da visão periférica, ou seja, das laterais do campo visual. É como se o paciente só conseguisse enxergar o que está à sua frente.

Retinopatia diabética: Afeta pessoas com diabetes (é muito comum em jovens diabéticos) e, no início, pode não apresentar sintomas. Com o tempo, pode danificar os vasos sanguíneos da retina, levando à perda de visão.

Descolamento de retina: O descolamento de retina pode ser indolor e apresentar alguns sintomas iniciais, como flashes de luz ou visão prejudicada, mas pode causar perda de visão permanente se não for tratada rapidamente.

Catarata: Embora seja mais comum em pessoas idosas, a catarata pode se desenvolver de forma lenta e silenciosa já na adolescência, causando visão embaçada e eventual cegueira, sem dor ou sinais imediatos.

Neuropatia óptica isquêmica: Essa condição ocorre devido à perda do fluxo sanguíneo para o nervo óptico, muitas vezes sem sintomas dolorosos, resultando em perda súbita de visão.

Ceratocone: É uma doença bilateral e assimétrica, ou seja, pode acometer os dois olhos, em graus diferentes, e progride de forma distinta com o passar do tempo. A principal queixa é a visão embaçada e distorcida. Ceratocone não tem cura, mas tem tratamento. Quanto mais cedo for o diagnóstico, maiores são as chances de estabilização do quadro clínico, não sendo necessário o auxílio de cirurgia. A condição é a principal causa de todos os transplantes de córnea no país.

O especialista do Oftalmos destaca que, embora algumas doenças oftalmológicas não tenham cura, existem tratamentos. O diagnóstico precoce aumenta as chances de uma boa recuperação e, independentemente da idade, é possível ter uma vida saudável com acompanhamento médico adequado.


 SUGESTÕES DE PAUTA: reportagem@gruposulnews.com.br 

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