Servidores e educadores participaram de debates e dinâmicas com foco na prevenção de violência de gênero
Durante toda a semana passada, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), promoveu formação presencial com servidores e educadores sobre o combate à violência contra mulher. A programação foi comandada pela organização suprapartidária Serenas, que luta por direitos para meninas e mulheres, e contou com a presença da Secretária Estadual da Educação Renilda Peres e da promotora do Ministério Público do Estado de São Paulo, Silvia Chakian.
Foram abordados temas, questões e situações do cotidiano vivenciadas por mulheres e meninas de diferentes gerações, ao qual sofrem com atos de violências físicas e psicológicas por conta de seu gênero. “O feminismo luta pela igualdade e respeito, a mulher ter a oportunidade ser quem ela quiser, estar onde quer e sonhar com o futuro que quiser, convivendo com as mesmas oportunidades dos homens”, destacou Renilda Peres.
Um dos principais alertas na discussão do tema foi quanto às relações de gênero enviesadas por preconceito, agressividade e afirmação de superioridade que afeta não só diversos grupos de mulheres, mas também os homens.
“Discutir esse tema é muito importante para sabermos como em diferentes situações a mulher sofre essas dores em seu dia a dia. Mas devemos saber que isto tem afetado também aos homens, principalmente, aos jovens que são cobrados por ter atitudes machistas, mas não aceitam mais essas situações na sua casa e na escola. E a educação é umas das melhores maneiras destes estudantes se informarem, refletirem sobre o assunto e crescerem como adultos com uma cultura de respeito à diversidade e de respeito e igualdade entre as pessoas ao seu redor”, explica Amanda Sadalla, Co Fundadora e Diretora Executiva da Serenas.
A Promotora de Justiça, Silvia Chakian, que atua no Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência do MPSP. Chankian lembrou que uma vítima de violência precisa sentir a confiança de todas as partes, pois ela é afetada em várias camadas da sua vida, após atos de violência psicológica ou física.
“Isso tudo faz parte de uma rede de acolhimento, lembrando que a pessoa que sofre de violência não precisa de atenção da escola, mas as áreas de saúde, segurança, e justiça tem que participar conjuntamente no auxílio à vítima. É muito importante que se sinta confortável para se recuperar de qualquer trauma que tenha sofrida”, ressaltou.
Material de apoio
Na ocasião, também foram distribuídos os primeiros exemplares físicos da cartilha do Programa de Enfrentamento à Violência contra Meninas e Mulheres. No total serão três exemplares produzidos em distribuídos para a rede estadual, cada um com foco em um público: crianças, adolescentes e profissionais da educação. A primeira cartilha com público-alvo de adolescentes, já foi produzida e compartilhada com os profissionais da educação em versão digital e a física para os que participaram da formação. Todas as DEs serão contempladas com a versão impressa em breve.
A cartilha tem o objetivo de orientar os leitores sobre como identificar casos de violência e sobre quais são os principais caminhos para encaminhá-los.
Ação contínua
As ações da Seduc-SP em parceria com a Serenas terão continuidade além da capacitação dos profissionais da educação. O intuito é que o tema faça parte do cronograma pedagógico de todas as escolas. Desta forma serão planejadas outras formações online, via Centro de Mídias SP, e também encontros presenciais nas unidades escolares.
“Vamos contar com todas as equipes gestoras para que eles repassem esse aprendizado e que essas situações diminuam consideravelmente na rede estadual de ensino. Iremos estimular que escolas tragam demandas sobre o assunto e no decorrer do ano façam planos de ação para as nossas jovens sentirem que a escola é um ambiente de segurança e boa convivência”, resume a Secretaria Estadual da Educação.
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